O Novembro Negro é o período do ano em que as questões ligadas ao racismo e à situação das pessoas negras na sociedade brasileira mais entram em pauta. A vereadora Ireuda Silva (Republicanos) fez questão de marcar o início do mês com uma edição do programa “Forte por ser Mulher” dedicado a debater os desafios enfrentados pelo empreendedorismo afro na capital baiana.
“Se para as pessoas no geral já é difícil empreender, imagine para quem precisa lidar diariamente com o racismo e, no caso das mulheres negras, também com o machismo. Além disso, a mulher negra é, muitas vezes, vista como incapacitada. Quando se fala de negritude, somos vistas como menores. Somos a massa que contribuiu para a formação do nosso Brasil, mas entendem que isso aconteceu de forma bruta, por trás das cortinas”, avaliou Ireuda.
Para a parlamentar, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, o preconceito é mais violento contra a mulher negra, que também sofre com o machismo.
Dados
O rendimento dos brancos ainda é 73,9% maior que o dos negros e, em um contexto geral, os negros representam 75% dos mais pobres no Brasil, enquanto os brancos são 70% dos mais ricos. Essa disparidade também anda de mãos dadas com outro flagelo: a violência urbana, que tem os negros como vítimas preferenciais, como sinaliza Ireuda.
A taxa de homicídios entre negros de 15 a 29 anos chega a 98,5 por 100 mil pessoas. Entre os brancos, 34 por 100 mil. Entre homens pretos e pardos, o número ultrapassa todos os precedentes e vai a 185 por 100 mil, segundo dados apresentados pela vereadora.
Ireuda é autora de uma série de projetos sobre o tema, como o Dia Municipal de Combate ao Racismo no Esporte e o Prêmio Maria Felipa, que homenageia mulheres negras que se destacam na luta pela autoafirmação.