A avaliação de integrantes do núcleo duro do governo Bolsonaro é que a nota divulgada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, coloca sua permanência no cargo em risco. Salles emitiu um comunicado na última sexta-feira (28) afirmando que, por falta de verbas, a pasta do Meio Ambiente vai paralisar todas as ações de combate ao desmatamento na Amazônia e no Pantanal a partir de segunda-feira (31).
A nota pegou os integrantes do governo de surpresa e acirrou ainda mais o clima ruim entre Salles e a ala militar. O ministro colocou o bode na sala ao afirmar que “o bloqueio atual de cerca de R$ 60 milhões de reais para IBAMA e ICMBIO foi decidido pela Secretaria de Governo/SEGOV e pela Casa Civil”, pastas comandadas por Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto.
A interlocutores, Salles mostrou que está cansado de “apanhar sozinho” nos assuntos da sua pasta. Há alguns meses ele confidenciou a pessoas próximas que vinha sendo “fritado” pela ala militar. Chegou-se a fazer uma tentativa de mudar o ministro de área na Esplanada, mas o presidente Bolsonaro quis mantê-lo à frente do Meio Ambiente.
A nota desta sexta-feira (28) revoltou os militares do governo e as articulações do alguns ministros pela saída de Salles ganharam força.