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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou na noite desta última terça-feira (31), em discurso para apoiadores nos Estados Unidos, que a eleição à presidência do Senado é “um dia importantíssimo” para seu grupo político. Bolsonaro, convidado ao evento por uma entidade conservadora de brasileiros emigrados na Flórida, disse que uma eventual vitória do candidato do PL, Rogério Marinho (RN), sobre o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), faria com que sua “liberdade” volte a “ganhar fôlego”. Bolsonaro também declarou que ficará “mais algum tempo” nos EUA, sem especificar quando pretende retornar ao Brasil, mas que seguirá “ativo” politicamente.
Pacheco é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, embora considerado favorito, viu Marinho conquistar apoios de dissidentes de partidos de sua base, como PSD e União Brasil. Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que tem “conversado com senadores” na tentativa de buscar votos para Marinho.
— Amanhã (quarta-feira) é um dia importantíssimo para todos os brasileiros, (com a) eleição da Mesa do Senado Federal, que representa para nós, de acordo com a chapa vencedora, a volta à normalidade, pacificação, nossa liberdade volta a ganhar fôlego e podemos ter certa normalidade. (…) Pretendo voltar (ao Brasil) com uma Mesa Diretora do Senado diferente da que nós temos hoje — discursou o ex-presidente.
Em outro momento, ao repetir que o resultado da eleição do Senado colocaria em jogo a “liberdade de expressão”, Bolsonaro se dirigiu nominalmente ao influenciador extremista Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira nos Estados Unidos. Santos é alvo do inquérito sobre os atos antidemocráticos tocado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaristas que apoiam a candidatura de Marinho à presidência do Senado argumentam que uma eventual vitória traria “equilíbrio entre os Poderes”. É prerrogativa dos senadores, por exemplo, a aprovação de indicados pelo Executivo ao STF, bem como a análise de eventuais pedidos de impeachment de ministros do Supremo.
Ao fim de seu discurso, questionado por participantes do evento se disputará as eleições de 2026, Bolsonaro citou as eleições municipais de 2024 e evitou responder diretamente a pergunta, mas disse que seguirá “ativo na política”.
— Temos 2024 pela frente, é muito importante. Não podemos abandonar a política. Eu tenho 67 anos e pretendo continuar ativo na política brasileira — afirmou.
O ex-presidente também criticou apoiadores que participaram das invasões às sedes dos três Poderes em Brasília no início deste mês:
— O que aconteceu no dia 8 de janeiro não é a nossa direita, não é nosso povo. O pessoal tem que ter consciência do que está fazendo. Mas tem muita gente sendo injustiçada lá, aquilo não é terrorismo pela nossa legislação, então tem que ser individualizadas (as condutas) e cada um pagar pelo que fez. Mas 99% da direita sabe o que querem, sabem se comportar, dão exemplo e sabem o que são os três Poderes — afirmou Bolsonaro.
Em outro momento de seu discurso, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre o resultado da eleição de 2022, de forma velada:
— Há um choque ainda na cabeça de muita gente por ocasião das eleições. Nunca fui tão popular quanto no ano passado, muito superior a 2018, e no final das contas a gente fica com uma interrogação na cabeça. Vamos enfrentar e, se Deus quiser, juntos, vencer este momento — declarou.
