Apesar de serem defensores do regime que perdurou no Brasil de 1964 a 1985, nem mesmo o grupo de deputados federais formado por ex-militares e ex-policiais, a chamada “bancada da bala”, defende publicamente um novo golpe militar no Brasil.
Assim como o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) -capitão da reserva do Exército-, que hoje se diz contra a ruptura institucional, seus colegas de bancada rejeitam a demanda de grupos nas redes sociais e em protestos de rua pela chamada “intervenção militar”, eufemismo para golpe.
“Sou a favor da manifestação dos caminhoneiros, cuja pauta o governo e o Congresso já atendeu. O que há é alguns infiltrados pregando intervenção militar. Isso, na democracia que a gente vive, é inconcebível. É falta do que fazer”, diz Alberto Fraga (DEM-DF), coronel reformado da Polícia Militar. Os “intervencionistas” fazem uso de uma interpretação truncada da Constituição de 1988 para afirmar que seu pleito encontra amparo na legislação magna do país.
O artigo estabelece que as Forças Armadas funcionam “sob a autoridade suprema do Presidente da República” e destinam-se “à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Ou seja, Exército, Marinha e Aeronáutica agem, segundo a Constituição, sob a autoridade do presidente ou dos poderes constituídos.