Em entrevista ao O Antagonista, o ministro Paulo Guedes pondera sobre o recuo do governo no calendário de votação das reformas tributária e administrativa, diante dos protestos de rua nos países da América Latina.
Para ele, é um erro de percepção achar que tais pautas são impopulares. Seria justamente o contrário.
“A população brasileira está esperando essas reformas. Não tenho dúvidas de que, quanto mais rápido implementarmos essas políticas, mais rápido o país retomará o crescimento e mais vigoroso será esse crescimento.”
E alerta para o ‘risco Maurício Macri’. “Tem gente que apoia o governo e vai a ele (Jair Bolsonaro) e o aconselha a dar uma pisada no freio. Se andar muito devagar, pode acontecer como com o Macri.”
Guedes explicou como pretendia desonerar a folha de pagamento sem que isso impactasse a Previdência. “Eu ia substituir os impostos cobrados sobre a folha pelo imposto sobre transações financeiras. Os impostos sobre folha de pagamento são armas de destruição em massa de empregos.”
O ministro também rejeitou especulações de que venha a repetir Fernando Henrique Cardoso, concorrendo à Presidência. “Jamais vou entrar para a política. Zero vontade. Minha vocação é ser economista. Hoje sou um servidor público. Não sou político e não serei jamais.”
Em relação ao aumento da carne, Guedes pondera que o governo não pode ser responsabilizado por tudo, mas espera que o mercado se autorregule e o preço caia em breve. “Tem frango, tem outras coisas.Vamos dar um jeito de fazer esse churrasco. Vai ser o melhor Natal.”