Num encontro com o escritor e líder político Ailton Krenak no evento Sempre um Papo, na terça-feira (11) em São Paulo, Anielle Franco voltou a falar sobre a importância de não se normalizar o assédio sexual. A frase ocorre em um momento em que defensores do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, a quem ela acusa de importunação sexual, tentam deslegitimizar a denúncia dela e de outras mulheres que seguiram em anonimato.
Em dado momento de sua participação, Anielle disse trabalhar por “um mundo que não tem que achar normal mulher nenhuma ser assediada ou violentada em espaço nenhum deste país”. Foi muito aplaudida.
A denúncia da ministra, revelada pela coluna de Guilherme Amado, do PlatôBR, levou à demissão do então ministro em setembro do ano passado. Almeida nega as acusações.
O trecho do discurso foi divulgado nessa sexta-feira, 14, no Instagram do Sempre um Papo, para marcar os sete anos da morte de Marielle.
Ao falar do crime, a ministra contou que se viu sozinha, com sua família, diante do assassinato da irmã. E destacou a importância que teve o acolhimento dos movimentos de mulheres negras.
“O bem viver, com esse sentido coletivo, esse termo, esse conceito que impulsiona nós, mulheres negras, a pensar, sonhar, criar, cultivar e impulsionar um novo mundo, um mundo que não tem que achar normal uma mulher negra ser assassinada com cinco tiros na cabeça, um mundo que não tem que achar normal um trabalhador voltar do trabalho, ali na Avenida Brasil, e tomar um tiro na cabeça.”