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terça-feira 29 de março de 2022 às 16:53h

‘Não dá certo’, diz Pontes sobre entregar o ministério a políticos

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O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, é um dos oito integrantes do primeiro escalão da equipe apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro que está na mesma cadeira desde o início do governo. Por pouco tempo. O astronauta deixará a Esplanada para disputar uma vaga de deputado federal pelo PL de São Paulo.

A dois dias se despedir da pasta, Pontes afirma que só aceitou se lançar às urnas depois de ter certeza de que não seria substituído por um indicado do centrão, grupo político que tem o PL, sigla em que ele acaba de ingressar, como um dos pilares.

Questões partidárias à parte, Pontes compara o ministério que comanda a um caça, máquinas que, segundo ele, não devem ser entregues a políticos.

— Fica muita especulação ‘ah, vai entrar algum político no lugar’, mas não funciona porque o ministério aqui é igual você pegar um (caça) F5 e dizer: está vendo aquele F5 ali? Sobe nele e voa. Não dá certo. Aqui é um ministério técnico. Essa era uma primeira premissa que eu coloquei para sair deputado federal — afirmou, acrescentando que além de ter perfil técnico o novo ministro tem que ser da sua equipe.

Como antecipou O Globo nesta última segunda-feira (28), ele disse ter combinado com o presidente Jair Bolsonaro que o secretário de Empreendedorismo e Inovação, Paulo Alvim, será o seu substituto.

Marcos Pontes revela ainda que estuda retomar o ministério ao fim da campanha, conta que sonha com a possibilidade de Bolsonsaro tomar a vacina contra a Covid-19 que vem sendo desenvolvida no Brasil e admite que seus apelos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para corrigir o déficit de pessoas e a remuneração dos pesquisadores brasileiros não sensibilizaram o dono do cofre.

— Eu estou trabalhando com 50% da necessidade das unidades de pesquisa — acrescentou.

A seguir, confira os principais trechos da entrevista ao GLOBO:

Qual o perfil ideal para substituí-lo no ministério?

Isso é interessante porque estou saindo agora, no dia 31, e aí fica muita especulação: ‘ah, vai entrar algum político no lugar’, mas não funciona porque o ministério aqui é igual você pegar um (caça) F5 e dizer: ‘está vendo aquele F5 ali? Sobe nele e voa nele’. Não dá certo. Então, aqui o ministério é técnico, bem técnico e precisa ser para ter resultados. Essa era uma primeira premissa que eu coloquei para sair e ser candidato a deputado federal. Eu falei assim, eu vou ser candidato, mas a gente precisa ter uma substituição técnica para ficar no meu lugar por esses seis meses que eu fico afastado (durante a campanha). Volto depois das eleições para acompanhar até o final do ano. Além de ser perfil técnico, tem que ser da minha da minha equipe. Porque demora um tempo até você pegar a mão do que está acontecendo.

Algum nome em mente, ministro?

Tem. Eu já conversei com um presidente e já está definido o nome: Paulo Alvim, nosso secretário de empreendedorismo e inovação aqui do ministério. Ele tem todas as qualidades, mais de 40 anos de experiência no mercado de empreendedorismo. Ele conhece muito bem todos os projetos que a gente desenvolve. No final, na soma de tudo, é o ideal para que haja a menor movimentação. Então a gente chegou à conclusão, com o presidente (Bolsonaro), que o Paulo Alvim seria o ideal para fazer isso.

O senhor deu uma declaração de que, se fosse um nome do centrão, até falando da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), o senhor desistiria da candidatura. Isso gerou algum desgaste?

Não, porque isso já era sabido quando eu me propus a ser candidato por São Paulo, que eu fosse substituído por alguém técnico. Qualquer outra substituição não faria sentido, era melhor eu ficar aqui em termos de relevância para o país.

Mas, então, não há ruído com o centrão?

Não, não tem desgaste. A gente segue o script aqui, sem qualquer outra coisa, sem emoção envolvida.

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