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quinta-feira 23 de maio de 2024 às 16:49h

‘Na política, é preciso conversar com todos’, diz Sergio Moro em entrevista; confira

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Absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da acusação de abuso de poder econômico em 2022, o senador e ex-juiz Sergio Moro celebrou o resultado por unanimidade e diz estar em um momento em que busca ampliar o diálogo. Por esse motivo, afirma que procurou o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, com quem teve uma conversa dura, semanas antes do julgamento. Sem reconhecer excessos na condução da Lava-Jato, Moro menciona um “clima político”, incentivado pelo governo, que resulta na revisão de decisões. O parlamentar não descarta concorrer ao governo do Paraná em 2026, mas afirma que está focado no mandato.

Antes do julgamento, o senhor procurou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Conversou sobre a defesa do seu mandato no TSE?

Eu trabalho no Senado, me reúno com os senadores, inclusive com o senador Rodrigo Pacheco, diversas vezes. Nós trabalhamos na mesma Casa legislativa. Então, usualmente nós conversamos os mais diversos assuntos. E, claro, existe uma preocupação da preservação da instituição, do Senado republicano e da soberania popular, que é representada nas eleições pela outorga de mandatos a senadores legitimamente eleitos. Então, eram dois milhões de eleitores paranaenses que não podem ter simplesmente os seus votos suprimidos.

O senhor também visitou Gilmar Mendes, que disse ao senhor que o mérito de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes foi tirá-lo de Curitiba. O senhor concorda com ele?

Esse assunto já é pretérito. Estou hoje na política e você precisa conversar com todas as pessoas. Eu não sou uma pessoa que quer viver de rancores do passado. Tenho conversado. Não vejo ninguém como inimigo. Nós temos adversários e temos procurado resolver essas divergências dentro do campo democrático. Estive com o ministro e tudo que ele me falou teve a sua resposta no momento, mas foi uma conversa privada.

Bolsonaro é um rancor do passado?

Eu o apoiei nas eleições de 2022. Na época, eu disse claramente que mantinha divergências em relação a ele, mas que entendia que era uma opção melhor do que o Lula, que acabou sendo eleito. Creio que nossa relação está pacificada.

O relator do TSE criticou os gastos “censuráveis” da sua pré-campanha. Como recebeu os recados do julgamento?

(O placar) foi 7 a 0 contra a cassação. E o que foi decidido é que não havia nenhuma prova de irregularidade, seja dos fatos ou de infringência à lei ou de julgamento. Incidentemente, o julgador pode emitir alguma opinião sobre um assunto. Não importa. O que importa é o resultado do julgamento.

O relator deixou em aberto a possibilidade de o MP se debruçar sobre indícios de crime de improbidade.

Existe uma investigação do MP? Não. Minha conduta como juiz, 22 anos, foi de combate ao crime, à corrupção. Então, assim, se vocês fazem uma leitura diferente de 7 a 0 pela rejeição da cassação, aí eu não sei qual o tipo de leitura que é apropriada.

Deltan Dallagnol teve um desfecho diferente do seu e foi cassado pelo TSE. Acha que a decisão foi justa?

As causas são absolutamente diferentes, tanto os fatos como a lei. À época em que houve a cassação, me manifestei entendendo que, respeitosamente, a cassação não me parecia a decisão mais correta do TSE. Acho que essa opinião pública é uníssona.

Dias Toffoli invalidou atos do senhor contra Marcelo Odebrecht. Ele considerou a prisão “arbitrária” e citou conluio entre o senhor e o MP. Como vê esse desfecho?

Eu tenho muito orgulho da Lava-Jato. Foi um momento do país, durante quatro anos. Claro que foi um trabalho institucional, mas eu tive um papel relevante nele, em que bilhões de reais desviados foram recuperados, em que criminosos poderosos foram responsabilizados, houve uma mudança que propiciou melhorias na legislação no que refere à prevenção da corrupção, como a lei das estatais. Nesse governo Lula existe um ataque à prevenção e ao combate à corrupção que muitas vezes joga uma luz desfavorável ao que foi feito. Isso acaba de certa maneira gerando um clima desfavorável ao aprofundamento do combate à corrupção, inclusive há reveses. Mas eu tenho a absoluta convicção da correção do que foi feito.

Toffoli determinou em janeiro a abertura de inquérito contra o senhor para apurar a sua atuação na delação do ex-deputado Tony Garcia. Qual é a sua avaliação?

É um fato de 30 anos atrás. Absolutamente heterodoxo.

Existe chance de concorrer ao governo do Paraná?

O foco é hoje no Senado. Essa questão do governo do Paraná vamos avaliar mais adiante. A gente tem uma preocupação com o avanço do governo do PT no país.

Como votou em relação a Cristino Zanin e Flávio Dino ao STF?

Votei contra a indicação de Zanin. Em relação ao ministro Dino, eu mantive meu voto em sigilo, mas o meu eleitor pode ter certeza que tomei a decisão correta.

Se arrepende de ter virado ministro da Justiça?

Essa conversa não vou responder. É um looping…

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