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Lula, Bolsonaro, Ciro e Simone Tebet Arte/Infoglobo
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sexta-feira 26 de agosto de 2022 às 05:49h

Na estreia na TV, candidatos devem levar defesa de legados e comparação de governos

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Na estreia dos programas eleitorais de TV, neste sábado, os dois principais candidatos à Presidência, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pretendem levar ao ar a defesa de seus legados e a comparação entre suas gestões. De um lado, o atual titular do Palácio do Planalto aposta em medidas como o Auxílio Brasil, queda do preço no combustível e críticas a escândalos de corrupção nos governos do PT como estratégia. Do outro, Lula vai explorar dificuldades econômicas da população para dizer que em seu tempo a vida era melhor, com foco em temas como fome, emprego, renda e combate à desigualdade.

O PT quer levar para a propaganda eleitoral na TV uma mensagem que inspire sentimentos de esperança, num tom emotivo que gere empatia no eleitor, falando da vida do povo. No lugar do político com falas contundente nos discursos em comício e atos políticos, Lula surgirá sereno, com uma entonação de voz calma e lembrando de medidas adotadas em seus dois mandatos, de 2003 a 2010. Ao longo dos programas, a ideia é contrapor um Lula carismático a um Bolsonaro truculento e sem empatia.

Mesmo com o maior tempo entre todos os candidatos — 3 minutos e 39 segundos —, há um consenso na campanha de que não será preciso apresentar o ex-presidente e dedicar mais espaço para apresentar propostas, como a revisão da tabela do Imposto de Renda.

A estratégica política da campanha é manter a economia na centralidade do debate, pontuando as necessidades do povo e comparando as gestões petistas com o governo Bolsonaro. A estreia não deverá ter ataques diretos a Bolsonaro e nem Lula surgirá batendo boca.

Pesquisas feitas pela equipe do petista apontam que o eleitor rejeita determinados tipos de abordagem mais agressiva, que pode ter melhor adesão nas redes sociais. Estrategistas, no entanto, afirmam que a depender do tom da propaganda do adversário, haverá resposta e contra-ataque já elaborados.

— Não tem segredo. A estratégia está dada. A estratégia de rua, de palanque, dos discursos do Lula e da televisão será a continuação disso. A linha política está dada, não será mudada, a televisão terá de expressar o que está sendo a campanha — afirma o secretário Nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto.

Bolsonaro

A estratégia traçada pela campanha de Bolsonaro para a estreia na TV, por sua vez, é mesclar a defesa do atual governo e os ataques a Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

O planejamento inicial é usar parte dos 2 minutos e 38 segundos que Bolsonaro terá nos programas para mostrar como a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia prejudicaram o país, prejudicou o país e impediu um avanço na economia. O argumento será o de que, para poder cumprir o que prometeu em 2018, o atual presidente precisa de mais quatro anos.

Já os ataques ao ex-presidente Lula e às gestões do PT devem dominar as inserções que são veiculadas ao longo da programação das emissoras. A coligação de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, tem disponíveis 207 inserções neste primeiro turno.

De acordo com pessoas com conhecimento da estratégia de marketing, a proposta é explorar escândalos de corrupção das gestões do PT como mensalão, Lava-Jato e a prisão de petistas, incluindo o próprio Lula. O núcleo político aposta que ao fazer a comparação as denúncias do atual governo serão minimizadas e poderão reavivar o sentimento antipetista que ajudou a eleger Bolsonaro há quatro anos.

Segundo o jornal O Globo apurou, nos últimos dias o marqueteiro Duda Lima submeteu as peças produzidas para grupos de pesquisas qualitativas para decidir o tom do primeiro programa.

Simone e Ciro

Com o terceiro maior tempo no horário eleitoral, 2 minutos e 20 segundos, a estratégia da campanha de Simone Tebet (MDB) é apostar em apresentar a trajetória da senadora, reforçando pontos de sua biografia. Tebet ainda é desconhecida de grande parte dos brasileiros – última pesquisa Datafolha mostrou que 73% dos brasileiros não sabem quem ela é.

A aposta também será em mostrar aspectos femininos e um lado humano da candidata, ressaltando aspectos que a diferencie dos dois principais nomes da disputa. Essa é uma estratégia que já está sendo colocada em prática na campanha

Tebet vem reforçando que é mulher, mãe e professora, e que essas características fazem com que ela tenha um olhar mais direcionado para problemas do país, sobretudo a fome e os gargalos da educação.

Já Ciro, que terá 52 segundos do horário eleitoral, vai focar em apresentar propostas voltadas à população de baixa renda, como o programa de renda mínima no valor de R$ 1 mil por domicílio e o refinanciamento para limpar o nome de quem está endividado. A estratégia para aproximar o pedetista do eleitor é fazer um programa com uma linguagem mais direta ao público, sem tantos jargões financeiros e jurídicos, habituais do ex-ministros.

— Vamos focar em projetos e marcar a nossa diferença entre os demais [candidatos]. Vamos tentar fazer uma linguagem mais popular, mas na mesma linha que ele já fez no Jornal Nacional — diz o presidente do PDT, Carlos Lupi.

Pelo sorteio do TSE, o programa de Ciro será o último desse primeiro dia do horário eleitoral dos presidenciáveis. A ordem favoreceu ao pedetista, já que ele fará, logo após as propagandas políticas, uma transmissão ao vivo pelas suas redes sociais.

Para driblar o pouco tempo que terá de TV, a campanha está apostando em uma espécie de horário eleitoral “paralelo”, que recebeu o nome de CiroTV. O pedetista já começou a divulgar a live em suas redes sociais, desde o início da semana. A estratégia foi pensada pelo marqueteiro do ex-ministro, João Santana.

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