Marcelo Crivella (PRB) viabilizou que seu filho, Marcelo Hodge Crivella, atue como gerente de recursos humanos do município
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) instaurou inquérito civil para apurar possíveis atos de improbidade administrativa cometidos pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) ao viabilizar que seu filho, Marcelo Hodge Crivella, atue como gerente de recursos humanos na Prefeitura.
Segundo a portaria, foi noticiado em mídias diversas que Hodge Crivella estava auxiliando o pai na escolha do novo secretário de Cultura do município, inclusive realizando entrevistas com os candidatos ao cargo, interferindo nas escolhas do Poder Executivo Municipal, de forma aparentemente clandestina.
A atuação irregular, caso confirmada no contexto da investigação, viola o princípio da moralidade administrativa, regra descrita na Súmula Vinculante nº 13 do STF (Supremo Tribunal Federal). As informações são da Agência Brasil.
Em fevereiro de 2017, o prefeito chegou a nomear seu filho para a chefia da Casa Civil do Rio, mas o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, anulou a posse de Hodge Crivella, atendendo ação do advogado carioca Victor Rosa Travancas.
Na decisão, o ministro entendeu “que a nomeação afrontou decisão da Corte, que impede o nepotismo na administração pública”.
A Prefeitura do Rio negou que o filho do prefeito tenha qualquer ligação com a administração municipal. Ao comentar a abertura do inquérito civil, Marcelo Crivella disse que o MPRJ não pode basear sua atuação em denúncias publicadas na imprensa.
“Sei que o Ministério Público quer reconstruir sua imagem, daquele período do (Sérgio) Cabral [ex-governador do Rio, preso na Lava Jato], do Eduardo Cunha, em que o povo do Rio de Janeiro cobrava providências e só o Ministério Público Federal tomou medidas. Mas não é assim que vai recuperar sua imagem. Todos queremos um Ministério Público altivo, ousado. Mas não pode ser o Ministério Público das notinhas de jornal”, afirmou Crivella.