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Diego Villar, CEO da Moura Dubeux - Foto: Divulgação
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sexta-feira 12 de julho de 2024 às 09:16h

Moura Dubeux: Juros altos não inibem vendas de construtora da classe A no Nordeste

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Enquanto os economistas se preocupam com o futuro dos juros no Brasil – que continuam altos e não só pararam de cair, como, na visão dos mais pessimistas, podem até voltar a subir –, a Moura Dubeux, uma das maiores construtoras do Nordeste, quase parece não sentir os efeitos recessivos que as taxas elevadas causam.

A companhia, focada em imóveis de alto padrão nas principais cidades da região, reportou vendas recordes no segundo trimestre deste ano. As vendas de seus empreendimentos já lançados ou em construção somaram 491,6 milhões de reais entre abril e junho, um aumento de 40% na comparação com o mesmo trimestre no ano passado e maior valor já registrado pela empresa fundada há 41 anos em Pernambuco. A construtora divulgou seus resultados operacionais do segundo trimestre nesta terça-feira, 9.

“É claro que a taxa de juros influencia todos os mercados e também o nosso”, disse a VEJA o diretor-presidente, Diego Villar. “Mas a renda da classe alta cresceu muito, mesmo no período da pandemia. São famílias que têm poupança, têm recursos investidos, e isso que acaba rendendo com os juros mais altos.”

Uma economia mais aquecida no Nordeste, conforme a ampliação de benefícios sociais do governo Lula ajuda a reaquecer o consumo da região, ao lado de um mercado de trabalho e renda em alta, são outros fatores que, de acordo com Villar, ajudam a rebater o peso dos juros altos.

“A decisão de comprar um imóvel está mais atrelada à confiança das pessoas em sua renda do que na taxa de juros em si”, disse. “Se os juros estiverem a 2%, mas você acha que será demitido, você não compra um imóvel. Já se os juros estão 10%, mas você acredita que não vai perder o emprego, ou que pode até ser promovido, você é mais encorajado. A prestação fica maior com juros maiores, mas o importante é o enquadramento dela na renda da pessoa.”

A Moura Dubeux lançou quatro novos empreendimentos nesse trimestre que, juntos, somam 637,4 milhões de reais considerado o Valor Geral de Venda (VGV) Líquido. É um aumento de 7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado – a despeito de o número total de apartamentos dos novos projetos estar 36% menor, o que significa que a empresa está lançando menos unidades, mas com valor final mais alto, resultado, justamente, de sua estratégia de avançar no nicho de alto padrão.

O caixa da empresa, que vem de trimestres de consumo dos recursos, teve uma geração positiva neste trimestre, de 19 bilhões de reais, e o plano da companhia, que abriu seu capital em fevereiro de 2020, é começar a pagar dividendos pela primeira vez no quarto trimestre deste ano. “Nosso plano é que ela seja uma pagadora recorrente de dividendos”, disse o diretor de relações com investidores, Diogo Barral.

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