Motta não daria trabalho para o governo Lula na presidência da Câmara, diz pai do deputado

Favorito de Arthur Lira (PP-AL) para sucedê-lo na presidência da Câmara, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) “não daria trabalho” para o governo Lula no comando da Casa. Quem assegura a tese – vista com desconfiança por setores do PT – é o prefeito de Patos (PB), Nabor Wanderley Filho (Republicanos), candidato à reeleição e pai do parlamentar.

“Hugo é responsável com as coisas. Temos de ter uma preocupação grande com as pautas de interesse do governo que são de interesse do País. A gente não pode ser contra o que é bom para o País”, afirmou Nabor em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da simpatia do Palácio do Planalto, o que dá a Hugo Motta um arco de alianças que vai do governo à oposição, a candidatura do paraibano ainda divide o PT. O partido não esquece o apoio do deputado ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. À época no PMDB, o parlamentar era um aliado de primeira hora do então presidente da Câmara Eduardo Cunha, artífice da derrubada da petista.

Com as bênçãos de Lira, Motta foi alçado à corrida pela presidência da Câmara após a desistência de Marcos Pereira (SP). O presidente Lula da Silva (PT) gostaria de uma candidatura única, mas tende a apoiar o líder do Republicanos em uma eventual disputa contra o baiano Elmar Nascimento (União Brasil), que resiste a abrir mão da empreitada em nome da unidade do Centrão.

Fico muito feliz com isso. Hugo nasceu dentro da política. Ainda pequeninho, acompanhava o avô dele, Edivaldo Motta, que foi deputado federal. Sempre esteve nas reuniões com lideranças políticas. E por conta própria conquistou apoios para se eleger deputado estadual e federal, o mais jovem da história do Congresso. Em Brasília, assumiu muitas responsabilidades e conseguiu crescer praticamente sozinho. Isso demonstra a sua capacidade de diálogo, de articulação, mas acima de tudo de companheirismo. Ele conseguiu conquistar o respeito das pessoas. É muito respeitoso, atencioso e responsável em tudo o que faz.

Acredito que sim. Tudo ocorre no tempo de Deus. Hugo construiu sua história, seu trabalho. Tenho certeza de que se chegar nesse cargo vai tratá-lo com muita responsabilidade, como tudo o que faz na vida dele. Seria um orgulho para nós. Falo não só como pai, mas como patoense, paraibano e brasileiro. Ter [à frente da Câmara] um jovem com o trato que ele tem com as pessoas, com a coisa pública. Se assumir esse cargo, ele vai honrar e dignificar o nosso Estado e o Brasil.

Acho que Hugo não daria trabalho para o governo, porque é responsável com as coisas. Temos de ter uma preocupação grande com as pautas de interesse do governo que são de interesse do País. A gente não pode ser contra o que é bom para o País.