O cientista Rogério Cerqueira Leite, um dos maiores nomes do setor no país, morreu na madrugada deste domingo, 1º, em Campinas, no interior de São Paulo, aos 93 anos. A informação foi confirmada pelo Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM).
Cerqueira Leite estava internado desde o dia 18 de novembro no hospital Centro Médico, após sofrer uma parada cardíaca.
Professor emérito da Unicamp e ex-diretor do CNPEM, Rogério Cerqueira Leite se tornou um dos maiores nomes da ciência e da física no Brasil. Ao longo de sua carreira, publicou mais de 80 pesquisas em revistas científicas.
O cientista foi responsável pela implementação do projeto Sirius, um acelerador de partículas baseado em Campinas. O equipamento é considerado um dos maiores e mais avançados do mundo.
Formado em Engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), trabalhou na década de 1960 nos Laboratórios Bell, nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil, onde foi pesquisador emérito do CNPq e passou por diversas empresas até assumir a vice-presidência executiva da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) na década de 1980.
Recebeu diversas condecorações, como a Ordem Nacional do Mérito Científico na Classe de Grã-Cruz. Ele também obteve reconhecimento internacional, com comendas da França e do Canadá.
Lecionou no ITA, na Unicamp e na Universidade de Paris, onde realizou seu doutorado em Física de Sólidos. Também comandou o Instituto de Física e Artes da Universidade de Campinas.
Cerqueira Leite era respeitado no meio político. Chegou a articular encontros da classe científica com o presidente Lula da Silva (PT) e com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em nota, Lula lamentou a morte do cientista, a quem creditou o avanço das pesquisas no Brasil.
“Rogério Cerqueira Leite foi um dos nossos maiores cientistas e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da pesquisa e avanços da ciência no Brasil. Engenheiro e físico, contribuiu ensinando, pesquisando e criando departamentos e centros de pesquisa em diversas universidades brasileiras, em especial na Unicamp”, disse.
“Teve forte atuação também na formatação e defesa das políticas para ciência e na defesa da democracia, de um estado forte e a favor da justiça social em nosso país”, concluiu o petista.