Em prisão domiciliar há pouco mais de um ano, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha – um dos protagonistas do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 – usou o tempo afastado da política para contar, em livro, os bastidores do processo que levou à queda da petista.
Em entrevista à CNN nesta última sexta-feira (16), a publicitária, filha dele e coautora de “Tchau, Querida: O Diário do Impechment”, Danielle Cunha, falou sobre o envolvimento do pai e de outros personagens do cenário político no assunto – como o ex-juiz Sergio Moro e Michel Temer, que era vice-presidente e assumiu o cargo com a queda da petista.
“Moro sem sombra de dúvida naquele momento teve um papel fundamental e absolutamente premeditado no impeachment. Tanto que, na véspera das manifestações de março, a data de vazamento do grampo ilegal foi bem calculada e a consequência foi o protagonismo que ele acabou adotando nas manifestações, tornando-se quase o herói e o protagonista”, avaliou Danielle.
Danielle disse ainda que o Judiciário interferiu três vezes nos ritos do processo e arriscou a avaliação que o pai faria do governo atual, de Jair Bolsonaro.
“É difícil julgar, o presidente Bolsonaro herda uma série de problemas econômicos do PT e, com pouco tempo de mandato, começa uma pandemia. Há grandes tentativas de governabilidade, de progresso, e vem conquistando muitos feitos, o que não significa que não há erros, sobretudo mais na forma de comunicação do que de fato nas ações. Há bons feitos, sim, mesmo nessa dificuldade, mas com necessidade de melhorar”, avaliou.
“Tchau, Querida: O Diário do Impeachment” será lançado neste sábado (17).