O dólar chegou a oscilar próximo da estabilidade frente a uma cesta de outras moedas principais, mas se fortaleceu no dia. Houve ganho de fôlego ao longo da sessão, em quadro de juros dos Treasuries novamente apoiados, enquanto o euro chegou a reduzir perdas com dado de inflação da Alemanha, mas ainda assim caiu.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 157,69 ienes, o euro caía a US$ 1,0803 e a libra tinha baixa a US$ 1,2702. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava alta de 0,50%, a 105,138 pontos.
Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 2,4% na preliminar de maio, na comparação anual, acelerando após a alta de 2,2% vista em abril. O euro chegou a reduzir queda após o dado, embora ele tivesse vindo em linha com a previsão dos analistas ouvidos pela FactSet.
O ING considerou que a inflação no país é um sinal da persistência de preços arraigados na zona do euro como um todo, mas ainda assim manteve expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) cortará juros na próxima semana. O ING acrescentou que, depois do esperado corte inicial de 25 pontos-base, não há clareza sobre como os dirigentes podem atuar, diante da inflação de fato persistente e de uma atividade econômica que ganha algum fôlego na região. Na opinião do Commerzbank, o dado de hoje é um sinal de que tendência recente de desinflação na Alemanha pode ter acabado.
Já nos EUA, os juros dos Treasuries continuavam a mostrar fôlego, embora o quadro tenha chegado a ser misto. A força dos retornos dos bônus locais é fator de apoio para o dólar. Sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também contribuem, com a visão recente de que os juros básicos seguirão elevados por mais tempo, com a inflação persistente em solo americano, ainda distante da meta.
O Fed divulgou hoje seu Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões de política monetária. O documento apontou que os preços continuavam a avançar em nível modesto até meados de maio no país, e acrescentava que devem seguir nesse ritmo no curto prazo.
A atividade econômica nacional continuava a se expandir no período, mas com consumidores mais sensíveis a altas nos preços, segundo esse relatório. Para a Oxford Economics, o documento sugere que a economia americana está se sustentando bem, inclusive em segmentos mais sensíveis aos juros. Após o Livro Bege, o dólar manteve o fôlego já mostrado no início da tarde.