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segunda-feira 27 de dezembro de 2021 às 10:39h

Modelo de clube-empresa e compra do Botafogo alimentam disputa política no Rio

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A compra do Botafogo por um investidor estrangeiro voltou a alimentar uma divergência que coloca conforme o jornal Extra, de um lado, os deputados federais Rodrigo Maia (sem partido) e Pedro Paulo (DEM) e, do outro, o senador Carlos Portinho (PL). Portinho, colega de sigla do governador do Rio, Cláudio Castro, relatou a lei que criou a Sociedade Anônima de Futebol (SAF), modelo que se sobrepôs ao projeto do “clube-empresa”, que era endossado por Maia e Pedro Paulo no Congresso.

Maia, torcedor do Botafogo e que articula junto ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), uma candidatura de oposição a Castro, afirmou em publicação no Twitter na sexta-feira que “entregaram o Botafogo de graça”, referindo-se ao anúncio da venda de 90% das ações do clube por R$ 400 milhões. O ex-presidente da Câmara considerou o valor relativamente baixo para um investidor estrangeiro, em um cenário de câmbio desvalorizado.

Já Pedro Paulo, hoje licenciado da Câmara e atual secretário municipal de Fazenda, criticou o valor do negócio e também o modelo de refinanciamento de dívidas previsto pela lei da SAF, e aderido pelo Botafogo, afirmando que pode trazer “insegurança jurídica”. Em 2019, Pedro Paulo relatou uma proposta na Câmara que visava estabelecer parâmetros distintos para a transição de clubes em empresas. O deputado avaliou a operação de venda do clube como “apressada”.

“O Botafogo aderiu ao Regime de Centralização das Execuções, criado pela Lei da SAF. Porém, o plano de pagamentos apresentado ainda não está aprovado e, pior, esse mecanismo é novo, mal regulamentado e nunca foi testado pelos tribunais. Isso pode gerar insegurança jurídica e risco do investidor abandonar a operação, caso o controle das dívidas não seja efetivo. No meu PL do Clube Empresa, aprovado na Câmara, mecanismo era a RJ (Recuperação Judicial) ou Recuperação extrajudicial, mecanismos já conhecidos e bastante testados”, argumentou.

Portinho, por sua vez, elogiou a transação anunciada pelo Botafogo: “Botafogo pronto para a SAF. Interessante o negócio. Mais um investidor no Brasil. Riquezas que entram no país. Solução do passivo. Investimento. Melhor qualidade do elenco e na formação. Torcedor/consumidor/investidor confiantes e engajados. Grande Botafogo!”, escreveu o senador nas redes.

Portinho e Pedro Paulo já haviam trocado farpas em julho, quando o projeto da SAF, apresentado originalmente pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi aprovado no Congresso. Com o aval de Pacheco e também do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que sucedeu Maia, o projeto acabou avançando nas duas Casas em detrimento da proposta endossada por Pedro Paulo.

O deputado disse que a lei relatada por Portinho “copiou partes boas” de sua proposta, “mas trouxe alguns atrasos”. Portinho rebateu: “Contente-se. O que o setor quer e restou demonstrado é a SAF”.

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