O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR) condena como “misto de revolta de tristeza” fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre investigações de corrupção conduzidas pelo Ministério Público Federal envolvendo políticos. Segundo ele, que coordenou a força-tarefa da Operação Lava-Jato no MPF do Paraná, o petista estaria defendendo o “jogo da troca de favores e da impunidade” e mandando recado ao tratamento sobre a “classe política”.
“Vocês entenderam o que Lula está dizendo? O começo parece óbvio: “Não existe possibilidade do Ministério Público achar que todo político é corrupto”. Ora, TODO MUNDO CONCORDA COM ISSO! Só são corruptos aqueles que COMPROVADAMENTE roubaram o país”, escreveu, em uma publicação no X (antigo Twitter). “Pra bom entendedor, meia palavra basta. Ele realmente quer dizer: joguem o jogo da velha política brasileira. É o jogo da troca de favores e da impunidade. Em resumo: NÃO MEXAM COM A CLASSE POLÍTICA! Misto de revolta e tristeza ao ver o país voltando para esse velho jogo”.
O ex-procurador do MPF faz referência ao discurso de Lula durante a posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na manhã desta segunda-feira. Na ocasião, o petista teria afirmado que “não existe possibilidade de um Ministério Público achar que todo político é corrupto”, e questionado que nem sempre denúncias contra políticos são verdadeiras.
— É um conceito que se criou na sociedade brasileira que qualquer denúncia contra qualquer político já parte do pressuposto que é verdadeira, e nem sempre é. Se a gente quiser evitar aventuras nesse país, como o que aconteceu no dia 8 de janeiro, se quiser consagrar o processo democrático como o regime político mais extraordinário que o ser humano conseguiu inventar, o Ministério Público precisa jogar o jogo de verdade — afirmou.