Sem previsão de seguirem em seus cargos, ministros do governo Michel Temer estão sendo cooptados por governadores eleitos para o comando de secretarias estaduais.
Até o momento, cinco atuais auxiliares e um ex-assessor presidencial foram anunciados como reforços para as novas gestões, número que pode ser ainda maior nas próximas semanas, quando os eleitos fecharão suas equipes de governo.
O maior arrematador do leilão ministerial tem sido o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), que, durante a campanha eleitoral, chegou a associar seu então adversário Paulo Skaf (MDB) a Temer na tentativa de desgastá-lo eleitoralmente.
Irritado, o presidente rebateu o tucano e lembrou que, no passado, Doria costumava elogiá-lo. “Você, que tanto me elogiou e que tantas vezes enalteceu meu governo, não é por causa das eleições que vai mudar suas características”, disse.
Doria já negociou com três ministros -Gilberto Kassab (Comunicação), Rossieli Soares (Educação) e Sérgio Sá Leitão (Cultura)- e cogita o passe de Alexandre Baldy (Cidades) e Henrique Meirelles (Fazenda).O elevado número de ministros tem sido ironizado no Palácio do Planalto. Para assessores presidenciais, Doria, que criticou o presidente, agora quer reproduzir em São Paulo uma espécie de segundo mandato do emedebista, o “Temer 2”.
No Distrito Federal, o governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) anunciou Sarney Filho (Meio Ambiente) e Gustavo Rocha (Direitos Humanos) como integrantes de sua equipe.
O filho do ex-presidente José Sarney deixou o governo federal em abril para disputar uma vaga de senador pelo Maranhão, mas acabou derrotado. Apesar de ter sido anunciado, Rocha ainda não aceitou oficialmente o convite.
Ibaneis também confirmou para a sua equipe a publicitária Éricka Filippelli, nora de Tadeu Filippelli, ex-assessor especial de Temer, e o coronel Eumar Roberto Novacki, secretário-executivo do Ministério da Agricultura.