O ministro do Supremo declarou que vai “garantir que a Lava Jato vai continuar”
Diante de mais de 10 mil investidores, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que vai “garantir que a Lava Jato vai continuar”. A declaração foi dada na última sexta-feira (5), durante o evento da Expert XP 2019. Fux assegurou que sua palavra “não é de um brasileiro, é de alguém que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal no ano que vem, podem me cobrar”.
O ministro, abertamente, defendeu as pautas do governo federal, como a reforma trabalhista, reforma da previdência e reforma tributária. Logo no início de sua fala, o ministro declara aos investidores que os problemas que verão é a reforma da previdência e frisa que “ela tem que passar”, por ser um “problema intergeracional”. Fux diz que as pessoas “têm de ter amor ao Brasil, amor à coisa pública, não fazer oposição que seja prejudicial ao país”. Para ele, a reforma trabalhista protege os trabalhadores e diz que a terceirização é boa. “Imagina os senhores uma empresa de call-center com 70 mil funcionários. Não é para nós. Estamos falando sério. 70 mil funcionários. Imagina uma folha de pagamento de 70 mil funcionários se não puder terceirizar”.
Sobre a reforma tributária, que também tramita no Congresso, o ministro diz que, atualmente, se tem o “estatuto do contribuinte”. “É preciso ter a visão que tributos não podem derrotar empresas e precisamos unificar tributos e, acima de tudo, precisamos ter precaução sobre a surpresa fiscal”, explica. Fux ainda sinalizou que, por dia, no Brasil, são votadas quatro leis tributárias. “Nós, juízes, temos que saber direito por dever de ofício e todo dia mudam as leis. Precisamos obter reformas, principalmente trabalhista, tributária e fiscal”, afirma.
Para o ministro, que foi citado pelo ministro da Justiça Sergio Moro como alguém confiável, é preciso “tornar perene o combate à corrupção para criar um novo padrão ético-moral na sociedade brasileira”. “Graças ao bom Deus, hoje, nós estamos verificando que o republicanismo está vencendo o patrimonialismo. Mas infelizmente, essa história é antiga”. No fim da palestra, contou a história de quando anunciou para seu pai que iria se mudar para Londres e foi impedido por este para devolver ao país tudo o que o Brasil fez por ele, por ter estudado em colégio público e universidade pública. “Aquilo foi a maior demonstração de amor que eu já tinha visto ao país”, declarou complementando que, por essa “vocação de amar o país”, acredita que o Brasil “vai crescer muito depois das privatizações, das reformas, da abertura do mercado de gás e dessa junção Mercosul e União europeia”.