O ministro da Agricultura, Carlos Favaro, do PSD, senador licenciado, foi o único segundo a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, que conseguiu assegurar o pagamento de 100% das suas emendas de relator entre aquelas identificadas pelo ministério da Secretaria das Relações Institucionais (SRI) no Palácio do Planalto.
As emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas R$ 10,6 bilhões ficaram autorizados como restos a pagar para este ano. O destino desse dinheiro já tinha sido definido pelo governo Bolsonaro, mas foi o atual que concretizou os pagamentos (veja aqui os maiores beneficiados).
A indicação de Favaro identificada pela SRI é de R$ 11,1 milhões para pavimentação de rodovias estaduais no Mato Grosso, seu estado. O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), comandado por Waldez Góes, pagou a íntegra da indicação do ministro da Agricultura neste ano.
Foi o MIDR também que pagou R$ 41 milhões de emendas indicadas por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, do PSD de Minas Gerais. Pacheco conseguiu assegurar 83,2% dos cerca de R$ 50 milhões em emendas de relator suas identificadas pelo governo federal até agora.
A SRI identificou, dentro dos restos a pagar, R$ 2,6 bilhões em pedidos de deputados e R$ 1,46 bilhão em emendas indicadas por senadores. Em média, os parlamentares já conseguiram o pagamento de 47% dos valores identificados, patamar bem abaixo de Favaro e Pacheco.
Procurados pela coluna Guilherme Amado, Favaro e Rodrigo Pacheco não se pronunciaram até a publicação desta nota.