O ministro da Agricultura, Marcos Montes, voltou a criticar a proposta de “regulação da produção agrícola” incluída nas diretrizes do programa de governo do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Na abertura do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) nessa terça-feira (16), em Salvador, ele disse que não sabe se a proposta pretende “controlar” ou até “taxar” o agronegócio, mas afirmou que o atual governo deu “liberdade” para o setor produzir.
“Não é possível que faremos esse retrocesso”, disse Montes. “Em outros tempos, a opção foi criar dificuldades para vender facilidades ou por questões ideológicas”, afirmou ele, sem citar nominalmente o ex-presidente Lula.
“Não sei é controlar, se é taxar. Mas quem propõe isso precisava vir aqui”, disse à plateia de produtores e especialistas do agro. A assessoria do PT já informou que a palavra “regulação” será retirada da versão final do programa de governo.
Em tom de campanha, Montes citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi ovacionado pelo público de quase 4 mil pessoas no Centro de Convenções de Salvador. Segundo o ministro, a diretriz do governo foi “tirar o Estado das costas” de quem quer produzir e apoiar a livre iniciativa. “Hoje, temos liberdade para produzir, o resto deixa com o produtor”.
Marcos Montes também disse que o setor acertou ao “não ficar em casa” na pandemia e a continuar a produzir. Ele se referiu a Argentina para dizer que países vizinhos passam por momentos “trágicos” e “dramáticos” na economia. “Nossa inflação está caindo, taxa de desemprego caindo, PIB aumentando, e isso se deve a vocês”.