O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o integrante do governo Lula com melhor avaliação dos deputados, de acordo com pesquisa Genial/Quaest feita entre 13 de junho e 6 de agosto com uma amostra de 185 integrantes da Câmara (36% do total). Haddad teve o trabalho considerado positivo por 52% dos parlamentares entrevistados, contra 24% que disseram vê-lo como regular e 20% que o avaliaram como negativo.
Na sequência do ranking aparecem os ministros Flávio Dino (Justiça) e Simone Tebet (Planejamento). Dino obteve 48% de avaliações positivas e 34% negativas, enquanto a ex-senadora somou 47% de respostas positivas e 20% negativas.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, obteve o pior resultado. São 41% os deputados que disseram ver o trabalho de Rui como negativo, contra 25% que o avaliaram como positivo. Outros 28% declararam que a atuação do ministro é regular.
Já o ministro Alexandre Padilha, chefe da pasta das Relações Institucionais e principal responsável pela articulação do governo com o Congresso, teve mais avaliações positivas do que negativas, registra Nicolas Iory, do jornal O Globo. Padilha é aprovado por 41% e reprovado por 27%, enquanto 28% o consideram regular.
Perguntados sobre a avaliação geral do governo, os deputados entrevistados para a pesquisa se dividiram: 35% disseram considerá-lo positivo, 33% afirmaram o oposto, e 30% avaliaram a gestão Lula 3 como regular até aqui. Os números são próximos aos da pesquisa de opinião pública mais recente da Quaest, divulgada em junho, quando 37% disseram aprovar e 27%, desaprovar o governo, com 32% declarando considerar o governo regular.
Relação com o Congresso
A relação do governo Lula com a Câmara e o Senado é avaliada como negativa por 41% dos deputados ouvidos no levantamento. Cerca de um terço (32%) classifica esse trato como regular, enquanto 24% o veem como positivo.
O diálogo entre Executivo e Legislativo tem sido criticado por integrantes do chamado Centrão, grupo sem coloração ideológica clara. Dentre os parlamentares que se declaram de Centro, 45% avaliam a relação do Planalto com o Congresso como regular, contra 15% que a veem como positiva e 38%, como negativa.
Para 67% dos deputados entrevistados, o governo dá menos atenção do que deveria para o Congresso. Os que a consideram adequada somam 20%, e 7% acham que o governo dispensa mais atenção ao tema do que o necessário.
Perguntados sobre qual o fator determinante para que o Planalto consiga aprovar sua agenda no Congresso, 40% dos parlamentares ouvidos pela Quaest consideraram que o ponto-chave é cumprir acordos com líderes partidários e liberar emendas. Outros 22% disseram que o crucial é ouvir sugestões antes de apresentar propostas. Foram 15% os que afirmaram que o principal é ter boa relação com o presidente da Casa, mesmo percentual dos que responderam que o mais importante é ter apoio popular para suas propostas.
Para os deputados entrevistados, o agronegócio é o setor que mais tem poder de influência sobre as decisões do Congresso. Foram 77% os que declararam que o setor tem “muito” poder de influenciar na atuação de deputados e senadores. O mercado financeiro ficou em segundo lugar (58%), seguido pela indústria (52%). Para 41%, organizações internacionais têm “pouco” poder de influência sobre os trabalhos do Legislativo.
A Quaest ouviu 185 deputados, de diferentes regiões e espectros políticos, por meio de entrevistas presenciais e pela internet. A amostra foi definida considerando a divisão da Câmara por região dos eleitos e o grupo ideológico dos partidos (esquerda, centro e direita) se baseou no projeto Brazilian Legislative Surveys. A margem de erro estimada para o levantamento é de 4,8 pontos percentuais para mais ou menos.