Causou espanto nos meios jurídicos a “renúncia” de procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, alegando divergências com uma nova chefe. “Quando estudei Direito na faculdade, muitos anos atrás, aprendi que um juiz ou um promotor só se livravam de um caso quando concluíam o serviço ou quando se declaravam suspeitos ou impedidos”, observa Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Dono de admirado saber jurídico e crítico dos excessos de procuradores, Bruno Dantas vê ocorrerem fatos estranhos no ministério público, conforme a coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
“Não existiam figuras jurídicas como ‘renunciar’ ou ‘demitir-se’ entre magistrados ou procuradores”, observou o ministro do TCU.
“Mas isso era na época que esses personagens eram servidores que tinham deveres funcionais. Pelo visto, a coisa mudou”, ironiza Dantas.