Os ministros da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, enviaram ofícios ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, em que dizem que as Forças Armadas e a Polícia Federal terão equipes para fiscalizar e auditar o sistema eletrônico de votação.
A Defesa informou ao TSE que terá uma “equipe de técnicos militares” cujos nomes serão encaminhados à corte oportunamente.
“A fim de facilitar a coordenação das ações que efetivem a aludida participação, solicito a Vossa Excelência a gentileza de indicar um servidor desse Tribunal como ponto de contato para a equipe supramencionada”, acrescentou o ministro da pasta, no ofício ao TSE na noite de segunda-feira.
Torres, por sua vez, disse a Fachin que a PF “participará de todas as etapas do processo de fiscalização e auditoria atinentes ao sistema eletrônico de votação” coordenado pelo TSE. No ofício, ele citou uma série de fases que os policiais devem se envolver.
“Para tanto, diante do iminente início das sobreditas fases, os técnicos da Polícia Federal serão orientados a realizar contato direto com os servidores do TSE responsáveis pela condução dos trabalhos”, afirmou, no documento da sexta-feira passada, acrescentando que pode usar “programas próprios de verificação”.
Os pedidos dos titulares da Defesa e da Justiça são mais um capítulo no debate sobre a fiscalização das eleições. As Forças Armadas e a Polícia Federal já participam desde o ano passado com integrantes da Comissão de Transparência das Eleições. Boa parte das sugestões apresentadas pelos militares ao colegiado para dar maior transparência e segurança ao pleito foi acatada pelo tribunal.
No caso do titular da Justiça, ao qual a PF é subordinada, até o momento não tinha havido um movimento no sentido de acompanhar os trabalhos que vinham sendo feitos pelo TSE.
Os ofícios encaminhados a Fachin pelos titulares da Justiça e da Defesa vêm em meio às constantes afirmações falsas do presidente Jair Bolsonaro sobre o sistema eletrônico de votação e o processo de totalização dos votos.
O presidente, que tentará a reeleição no pleito de outubro e aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto, constantemente coloca sob suspeita o sistema eletrônico de votação sem apresentar fundamentos que sustentem a suspeição. Bolsonaro também tem repetido, novamente sem apresentar provas, que houve fraude na eleição de 2018, quando se elegeu, alegando que teria vencido o pleito no primeiro turno.