Sigma Lithium é controlada por um fundo brasileiro e iniciará operações em escala comercial em Minas Gerais a partir de abril
O Brasil está mira da Tesla, mas não como um mercado para a venda de carros elétricos, ao menos não por enquanto. Na verdade, a montadora norte-americana está estudando a aquisição da Sigma Lithium Corp, uma mineradora que é controlada por um fundo de investimento brasileiro e tem operações de extração de lítio em Minas Gerais.
A matéria publicada pela Bloomberg e agências internacionais, afirma que a Tesla vem avaliando a aquisição da mineradora que opera no nordeste de Minas Gerais, segundo fontes anônimas ligadas ao assunto. O principal motivo é a demanda global desenfreada pelo lítio, crucial para a produção em baterias para veículos elétricos.
Segundo relatado, a montadora de Elon Musk tem conversado com potenciais conselheiros sobre uma oferta, disseram as fontes. Além da opção pela mineradora canadense que opera no Brasil, a Tesla estaria considerando outras opções e até mesmo uma empresa própria para o refino do metal, acrescentaram.
O principal acionista da Sigma Lithium vem explorando uma potencial venda da empresa e avaliando o interesse de mineradoras e montadoras, disseram as fontes. Vale destacar que o maior investidor da mineradora é o fundo de private equity brasileiro A10 Investimentos, que possui 46% de participação na empresa que a co-CEO e co-presidente da Sigma, Ana Cabral-Gardner, ajudou a estabelecer.
Por fim, a matéria esclarece que as negociações estão na fase inicial e podem não se concretizar em uma venda. A conclusão é de que para as potenciais compradores pesa o fato das ações da Sigma terem triplicado de valor nos últimos 12 meses. Do outro lado, os proprietários da mineradora podem estar esperando o projeto principal da empresa ser colocado em prática – representantes de ambos os lados não confirmaram os rumores.
Brasil no mapa das baterias
A Sigma Lithium está desenvolvendo um grande depósito de rocha de lítio no Brasil, conhecido como Grota do Cirilo, que fica na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, que é sustentável e opera com um processo de mineração a seco, sem rejeitos e com reutilização da água captada (e tratada) do Rio Jequitinhonha.
A empresa produz o chamado ‘Concentrado de Lítio Sustentável grau bateria’, que tem alto grau de pureza e é utilizado na produção dos cátodos de baterias para veículos elétricos. Segundo o projeto da Sigma, a produção será de 270.000 toneladas por ano já neste ano, subindo para 768.000 toneladas em 2024, quando estiver em plena operação.
Nesse ponto, a estimativa é de que a Sigma emergirá como uma das quatro maiores produtoras mundiais de lítio, colocando o Brasil definitivamente na cadeia global de fornecedores de baterias para carros elétricos, o que também ajudará a impulsionar o desenvolvimento da região, tida como uma das mais pobres do país.
Antes mesmo de iniciar as operações regulares, a Sigma Lithium já assinou acordos de fornecimento com a LG Energy Solution e a trading japonesa Mitsui & Co.