Os reguladores da União Europeia aplicaram na quarta-feira (4) uma multa bilionária à Meta, controladora do Facebook, por violações de privacidade e proibiram a empresa de forçar os usuários do bloco de 27 nações a concordar com anúncios personalizados com base em suas atividades online.
A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC) impôs duas multas totalizando 390 milhões de euros (R$ 2,2 bilhões) em sua decisão em dois casos que podem abalar o modelo de negócios da Meta de segmentar usuários com anúncios com base no que eles fazem online. A Meta se diz “desapontada” e pretende recorrer, frisando que a decisão não impede a publicidade personalizada nas suas plataformas. O regulador disse que o Facebook e o Instagram não podem “forçar o consentimento”, dizendo que os consumidores devem aceitar como seus dados são usados ou deixar a plataforma.
A maior parte do dinheiro da empresa, mais de US$ 118 bilhões em 2021, vem de publicidade. A multa é a segunda penalidade significativa imposta pelo órgão fiscalizador nos últimos meses. Em novembro, foi multado em € 265 milhões pelo DPC por uma violação de dados que viu os detalhes pessoais de centenas de milhões de usuários do Facebook publicados online.
A Meta e outras grandes empresas de tecnologia estão sob pressão das regras de privacidade da União Europeia, que são algumas das mais rígidas do mundo. Os reguladores irlandeses já aplicaram à Meta quatro outras multas por violações de privacidade de dados desde 2021, que totalizam mais de 900 milhões de euros e têm uma série de outros casos abertos contra várias empresas do Vale do Silício.
A Meta também enfrenta dores de cabeça regulatórias de autoridades antitruste da UE em Bruxelas, mostrando seus músculos contra gigantes da tecnologia: eles acusaram a empresa no mês passado de distorcer a concorrência em anúncios classificados.
O órgão regulador irlandês – o principal regulador europeu de privacidade de dados da Meta porque sua sede regional fica em Dublin – multou a empresa em 210 milhões de euros por violações das regras de privacidade de dados da UE envolvendo o Facebook e mais 180 milhões de euros por violações envolvendo o Instagram.