Analistas do mercado financeiro elevaram pela quarta semana consecutiva a projeção de crescimento da economia brasileira. Segundo as medianas de projeções compiladas pelo Boletim Focus e divulgadas nesta segunda-feira, 5, o PIB deve encerrar o ano em 1,68%. Segundo Larissa Quintino , da Veja, a estimativa é 0,68 ponto percentual acima do projetado há um mês, em 1%. Na semana passada, os analistas estimavam o PIB em 1,28%.
A elevação para este ano acontece após a divulgação do PIB do primeiro trimestre. A economia brasileira acelerou 1,9% no período, puxada fundamentalmente pelo agronegócio, que avançou 21,6% no período. Após a divulgação do resultado da economia, vários agentes revisaram as projeções do ano, por causa desse ritmo mais forte. Entre os brasileiros, o Bradesco subiu sua projeção de 1,8% para 2,1%, acima do esperado pelo Ministério da Fazenda, que projeta 1,9% até o fim do ano. Entre os estrangeiros, o Goldman Sachs subiu a estimativa de 1,75% para 2,6% ao final de 2023. O Bank of America elevou de 0,9%, para 2,3% e o Morgan Stanley prevê um crescimento de 2,4%, contra 1,7% projetado anteriormente.
Inflação
Enquanto o PIB melhora, outra variável econômica dá sinais de alívio. A projeção pra a inflação recuou pela terceira semana seguida. Os economistas consultados pelo Focus estimam o IPCA em 5,69% ao final deste ano, abaixo dos 5,71% projetados na semana passada e os 6,02% de um mês atrás. A recalibragem se deve a desaceleração vista na inflação, em especial pelos transportes após o anúncio da nova política de preços do IBGE e a redução do preço das commodities no mercado externo, que também repercute nos preços do mercado brasileiro. O IPCA projetado pelos analistas, entretanto, segue acima do teto da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,75% para este ano.
A desaceleração nas projeções da inflação eleva a pressão em cima do Banco Central para reduzir a taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje em 13,75% ao ano. No Focus, o mercado manteve a projeção para este ano, que estima os juros em 12,5% ao ano, ou seja, uma redução, mas em ritmo lento.