O mercado financeiro passou por uma mudança radical na avaliação do governo, da política econômica, mas sobretudo sobre o desempenho do ministro Haddad. Uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta manhã de quarta-feira (12) e publicado pelo blog da Miriam Leitão, da GloboNews, que mostra que 65% dos entrevistados do setor financeiro acham positivo o trabalho do ministro da Fazenda. Eram 26% em maio e 10% em março. Agora, só 11% avaliam Haddad negativamente.
O levantamento foi feito pela Genial/Quaest com 94 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro de fundos de investimento com sede no Rio de Janeiro e São Paulo entre os dias 6 e 10 de julho.
Pesquisa Genial/Quaest de julho sobre a avaliação do mercado financeiro sobre o governo Lula — Foto: Genial/Quaest
Essa pesquisa já foi feita três vezes este ano. No começo, a avaliação do governo era horrorosa. Em março, 90% avaliavam negativamente o governo Lula e nenhum, zero mesmo, avaliava positivamente. Agora o negativo caiu para 44%, o positivo subiu para 20% e 36% acham que é regular.
Pesquisa Genial/Quaest de julho sobre o governo Lula com o mercado financeiro — Foto: Genial/Quaest
A opinião sobre a política econômica também mudou: se em março 98% achavam que estava indo na direção errada, agora são 53%. Os que achavam que estava no rumo certo eram apenas 2% na primeira pesquisa. Agora são 47%.
Pesquisa Genial/Quaest de julho sobre a avaliação do mercado financeiro sobre o governo Lula — Foto: Genial/Quaest
Questionados quais a expectativa em relação à economia nos próximos 12 meses, os representantes do mercado se mostram otimistas pela primeira vez nas três pesquisas realizadas pela Quaest. No primeiro levantamento, 78% achavam que ia piorar, agora são 21%. Já os que acham que vai melhorar passaram de 6% em março para 53% em julho.
A decisão de manter a meta de inflação, tomada pelo Conselho Monetário tem amplo apoio: 94% concordaram com a decisão de manter e 81% consideram positiva a adoção da meta-contínua.
O Banco Central e Roberto Campos Neto mantêm a boa avaliação que sempre tiveram do mercado, com algumas mudanças interesantes. A última decisão do Copom de manter a Selic a 13,75% foi a decisão certa para 87% foi certa. Mas em março era apoiada por 95%. Agora 13% acham que foi errada e em março, apenas 5% discordavam do BC.
A maioria (55%) avaliou que o tom da ata após a reunião do Copom foi otimista, 37% acham que foi neutro e só 10% acham que foi pessimista. Isso significa que a maioria espera que haja queda da Selic, já que avaliam que o tom foi otimista. Boa é a resposta à pergunta: “Você acredita que a taxa Selic cairá ainda este ano?” A resposta é 100% acham que sim. E mais: 92% acham que cai agora na próxima reunião, nos dias 1 e 2 de agosto.
No levantamento, 86% avaliam a atuação de Roberto Campos Neto como positiva este ano, e 7% acham negativa. No entanto, se dizem preocupados com a futura indicação do presidente Lula à presidência do BC: 71% se dizem muito preocupados e 27% pouco preocupados. Gabriel Galípolo, que toma posse nesta quarta-feira como diretor de Política Monetária do Banco Central, é apontado como possível candidato ao cargo de Campos Neto após o fim do seu mandato, em dezembro de 2024.
A pesquisa perguntou ainda sobre reforma tributária, aprovada recentemente na Câmara Federal e agora analisada no Senado. Para 66% dos entrevistados, a reforma vai aumentar o bem estar da população, enquanto isto, 34% creem que vai diminuir. Após todo processo de aprovação da reforma, 54% opinam que a taxa de juros vai diminuir e 45% acham que vai ficar igual. A maioria concorda que o maior impacto da reforma tributária será a diminuição da guerra fiscal entre os estados.
As eleições também foram tema da pesquisa e, pelo visto, o mercado acredita que polarização vai continuar. O questionário perguntou aos agentes do mercado financeiro se, em 2026, haverá algum candidato viável que não seja ligado nem a Lula nem a Bolsonaro: 57% acreditam que não e 43% que sim, patamar parecido com a pesquisa de maio. E 74% consideram que Bolsonaro deveria apoiar Tarcísio.
Para finalizar, os líderes políticos foram avaliados. O presidente Lula, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ex-presidente Bolsonaro, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foram os nomes em que os entrevistados confiam pouco/nada.
Por outro lado, Roberto Campos Neto, Tarcísio de Freitas , Romeu Zuma e Fernando Haddad foram apontados como os nomes em que os agentes do mercado confiam muito.