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terça-feira 22 de dezembro de 2020 às 07:28h

‘Me isolei das pessoas, mas não dos fantasmas’, diz baiana que passou quarentena em casa mal-assombrada

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


Como se o coronavírus não fosse assustador o suficiente, uma baiana ainda teve o desprazer de ter passado a quarentena dentro de uma casa mal-assombrada.

Conforme matéria publicada pelo portal Bnews, assim foram os últimos meses de Rebeca Andrade*, estudante de 21 anos e moradora de Cajazeiras. Sem sair de casa e ver pessoas que não são de sua família, a jovem descobriu da pior forma que as regras de distanciamento não estão sendo adotadas no além.

Não que as experiências sobrenaturais sejam novidade em sua vida. “Quando era mais nova, por exemplo, eu tive um sonho que meu irmão iria morrer. No dia seguinte ele suicidou. Também tive o mesmo tipo de sonho na noite anterior à morte de meu avô”, lembra, Rebeca.

Só que na quarentena as experiências sobrenaturais estão se intensificando, diz Rebeca na publicação. “Consegui me isolar das pessoas, mas não do mundo espiritual”, brinca. Só em 2020 a estudante ouviu passos, sentiu cheiros estranhos e viu pessoas mortas caminhando pela sua casa.

De todas as experiências que teve, duas foram mais marcantes: primeiro quando estava no banho e ouviu alguém andando e mexendo em objetos no quarto de sua mãe. “Liguei para meus pais para saber se eles tinham voltado para casa e eles disseram que estavam na rua ainda”, disse ela que se trancou no banheiro e esperou o inquilino indesejado sair do local e só saiu quando seus pais chegaram em casa.

“Mas o pior dia mesmo foi quando estava chovendo bastante e as luzes se apagaram de uma hora para outra. Fiquei morrendo de medo e comecei a ouvir vozes. Fui para a sala e perguntei ‘se tinha alguém aí’, mas ninguém respondeu. Então, de repente, eu desmaiei e acordei toda machucada. Eu não me lembro de nada, não sei o que me feriu. Minha única reação foi orar desesperadamente por Nossa Senhora”, narra ela no Bnews.

Rebeca mora em casa com seus pais, que saem para trabalhar a deixando sozinha por diversas vezes. Dentre os residentes, apenas ela tem essas experiências sobrenaturais. De família católica, ela já chegou a receber atendimento religioso para tentar descobrir as causas e curar a paranormalidade. Em vão.

“Às vezes acho que isso é coisa da minha cabeça, outras penso que aquilo está ocorrendo de verdade. Fato é que eu vejo e sinto coisas, só não sei se são reais ou não. Eu, até como mecanismo de defesa, acabo esquecendo a maioria das experiências que tenho. Por isso anoto todas num diário, que está lotado”, revela.

Sem ajuda

Reais ou não, Rebeca por enquanto está sem poder recorrer a alguém da Igreja Católica. Isso porque, atualmente, Salvador está sem padre exorcista. Esta função é delegada pelo arcebispo e como o Cardeal Sérgio da Costa está há pouco tempo no cargo, ainda não houve tempo para uma nomeação.

Lugares mal-assombrados na Bahia

Nas proximidades de Alagoinhas, interior da Bahia, em meados de 2012, a polícia rodoviária federal chegou a interditar um trecho da BR-101, pois os motoristas que trafegavam pelo local relatavam estranhos avistamentos no meio da rodovia. Vultos fantasmagóricos e até mesmo animais que morreram atropelados há muito tempo, saltavam à frente dos veículos causando acidentes.

Toda cidade guarda seus mistérios, uma cidade histórica com 470 anos esconde muito mais. Venham comigo, pelos caminhos mais escuros da história, conferir os causos de mau assombro de Salvador e vizinhanças.

Ilha do Medo

O menor pedaço de terra de todas as 56 ilhas da Baía de Todos os Santos, dizem, é assombrado. A Ilha do Medo merece o nome. Partindo de Salvador, são duas horas de barco até ela. Vozes, gritos e gemidos se espremem para fora da mata, no momento em que os barcos se aproximam.

Crédito: Wikimedia Commons

Um velho casarão em ruínas, antigo leprosário que se prestava a isolar os portadores de hanseníase da capital baiana é o epicentro do fenômeno. O investigador do oculto vai ter muita dificuldade de alcançar esse local, pois mesmo durante o dia, os pescadores se recusam a pisar na ilha.

Feira de São Joaquim

Crédito: Wikimedia Commons

A Feira de São Joaquim, antes denominada Feira de Águas de Meninos, embora não esteja dentre as dicas de turismo de Salvador, vale a visita. É um espaço repleto de história e com fortes vínculos com a comunidade negra, lugar onde aportavam saveiros que traziam para a capital o artesanato produzido no recôncavo baiano.

Eles também têm uma assombração rondando os corredores atulhados de mercadorias. Muita gente sente fortes dores de cabeça, desorientação e ânsia de vómito após cruzar o caminho do misterioso vulto deformado que, dizem, é um comerciante negro que morreu em 1964, vítima de um incêndio criminoso, em um dos muitos e lamentáveis episódios de limpeza étnica da capital.

Mercado Modelo

Crédito: Wikimedia Commons

Famoso em todo Brasil por seu histórico de comércio, com mais de 250 lojas, grande variedade de artigos de artesanato, lembranças e restaurantes, é também conhecido por ser cenário de hórridas narrativas. No Mercado Modelo, o epicurista do assombro que se prestar a consultar qualquer um dos lojistas do Mercado, vai ouvir sobre seus túneis assombrados. O lugar já passou por cinco incêndios trágicos.

A história oficial diz que os túneis que servem dispensa de bebidas e adega, antigamente tinham outra função. Os escravos que vinham da África eram ali trancafiados e muitos entre estes nunca mais viram a luz do dia. Há ainda gente que se perdeu por ali e nunca mais foi vista. O escrutinador do fantasmagórico nunca deve descer aos túneis sozinho.

Casa das Sete Mortes

Crédito: Wikimedia Commons

Passos que ninguém sabe afirmar a direção, portas que se abrem e se fecham subitamente e aparições enevoadas fazem parte da rotina do casarão conhecido como Casa das Sete Mortes ou Sete Facadas. Localizado na Rua Ribeiro dos Santos, número 24, o lugar foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pois abriga, em seus pavimentos, elementos arquitetônicos seiscentistas tais como azulejos azuis portugueses, alvenaria de pedra, além de outros ornamentos de época.

Sobre sua afamada assombração, conta-se que em 1755, em um crime jamais desvendado, morreram pessoas naquela casa, entre estas, um padre. A tradição do local conta com diversas versões; uma empregada que se vingou dos maus tratos, uma tragédia amorosa, conspiração política. Recomenda-se cautela aos investigadores do oculto, crimes não elucidados costumam parir os espíritos mais vingativos.

Teatro Vila Velha

Crédito: Wikimedia Commons

Mesmo os cemitérios haverão de ter seus heróis e todo teatro que se preze tem seus fantasmas. Muitas pessoas contam causos sobre o Teatro Vila Velha. Conhecido simplesmente por Vila, sua fundação data de 1964, e está localizado à Avenida Sete, no interior do Passeio Público. Fruto da contracultura, do Tropicalismo e da contestação que marcou o momento cultural brasileiro durante a ditadura militar de 1964, o Vila albergou movimentos sociais, como as lutas estudantis da década de 1970.

Hoje em dia, o teatro abriga quatro grupos residentes que ensaiam, produzem e se apresentam no local e também, conta-se, o fantasma de um ator falecido, um conhecido artista engajado na defesa da democracia. Considerado um verdadeiro homem de teatro, o dramaturgo, professor de teatro, ator, tradutor, contrarregra, iluminador, cenógrafo, sonoplasta, figurinista, animador e letrista João Augusto, viajou o mundo todo, mas foi no Vila que criou suas mais fortes raízes.

Fazia parte do movimento de resistência à ditadura militar, sonhava ir para Cuba, mas falecido em 1979, João não viu a ditadura acabar, mas ainda interpreta um ser curvado, mais negro que a treva mais profunda, caminhando entre as telas da primeira galeria, de início, lentamente, depois, numa velocidade impossível para um ser humano. Uma apresentação digna de aplausos dos mais céticos pesquisadores.


M.R. Terci é escritor e roteirista; criador de “Imperiais de Gran Abuelo” (2018), romance finalista no Prêmio Cubo de Ouro, que tem como cenário a Guerra Paraguai, e “Bairro da Cripta” (2019), ambientado na Belle Époque brasileira, ambos publicados pela Editora Pandorga.

*Rebeca é um nome fictício para preservar a identidade da fonte

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