A invasão por terra da Faixa de Gaza acontecerá em breve. “Não vou detalhar quando ou como”, disse o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, nesta quarta-feira (25). Segundo ele, os detalhes da ofensiva serão decididos em comum acordo pelo gabinete de guerra. “Já matamos milhares de terroristas, e este é só o começo”, disse ele ao comentar o assunto.
Esta não é a primeira vez que o premiê alerta para a iminência de uma incursão do Exército israelense à Gaza desde o início da guerra entre o seu país e o Hamas, em 7 de outubro. Sua declaração se dá, no entanto, em um momento em que surgem indícios de que ela não acontecerá tão rapidamente quanto se esperava quando foi anunciada, cerca de dez dias atrás —e que a decisão não depende só da agenda de Tel Aviv.
Ao que tudo indica, os responsáveis pela demora são os Estados Unidos. Também nesta quarta, o jornal americano The Wall Street Journal afirmou que a Casa Branca pediu diretamente ao governo israelense para adiar a ofensiva para reforçar as defesas antimísseis de suas bases no Oriente Médio.
Cerca de 12 sistemas já estariam prontos para envio para países como Arábia Saudita, Iraque, Jordânia, Kuait, Síria e Emirados Árabes Unidos. Desde o início da guerra, instalações dos EUA vêm sendo alvejadas por mísseis e drones de grupos aliados ao Irã —o patrocinador regional do Hamas e do Hizbullah libanês— no Iraque e na Síria, e militares americanos acreditam que suas forças se tornarão alvo de facções quando a invasão tiver início.
Os EUA já enviaram caças, aviões de ataque e dois grupos de porta-aviões para a região, um deles já em operação, para dissuadir essas ações e o envolvimento mais incisivo do Irã e do Hizbullah na guerra. Enquanto isso, o grupo libanês segue a rotina de troca de fogo com israelenses na fronteira norte do Estado judeu.