A intervenção do presidente Bolsonaro (sem partido) em nomear novo diretor-geral da Polícia Federal com o consequente rompimento de relação do agora ex-ministro Sérgio Moro e as manifestações pedindo fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional foram tidos pelo deputado estadual Marcelinho Veiga (PSB) como “mais uma manobra para conter investigações e para viabilizar um golpe de estado contra a República”. Nesta terça-feira (5), o parlamentar voltou a criticar os protestos e cobrou medidas para conter a pandemia de coronavírus.
“São atitudes que fragilizam ainda mais a democracia e mantêm uma crise política sem fim. Com a pandemia de Covid-19, o que mais me incomoda é que o presidente da República não defenda as pessoas, não preserva a verdade e não cria meios para ajudar os estados e municípios. O projeto que tentam aprovar no Congresso atinge servidores, congela investimentos em saúde e segurança pública, é o ‘modo Guedes’ de agir, já que ele considera os servidores como ‘parasitas’. O governo sempre encontra um jeito de lesar o povo trabalhador”, frisa Marcelinho.
Para o deputado estadual, é preciso que os estados e municípios sejam atendidos, “mas isso não quer dizer que o governo federal tenha que chantagear os deputados e senadores”. Veiga também diz que as instituições são independentes, “só que Bolsonaro acha que por ser presidente é intocável, como se estivesse acima da Constituição”. As declarações de fim de isolamento e o desprezo de Bolsonaro por vidas foram criticadas também. “Não tenho como interpretar como um ser humano não se importa com milhares de vidas e desdenha da dor das pessoas que perderam seus entes queridos, é demais”, completa.