segunda-feira 17 de junho de 2024
Nesta foto divulgada pela Agência de Notícias Xinhua, um piloto da força aérea chinesa faz exercícios conjuntos de treinamento de combate ao redor da ilha de Taiwan, no domingo, 7 de agosto de 2022. AP - Wang Xinchao
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sábado 25 de maio de 2024 às 14:25h

‘Manobras militares chinesas ameaçam ordem mundial’, diz presidência de Taiwan

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Depois que Pequim testou “com sucesso” sua capacidade de tomar o poder na ilha, governo taiwanês alerta para impacto dos dois dias de exercícios aéreos e marítimos sobre estabilidade da região e paz internacional.As manobras militares de grande escala realizadas pela China no entorno de Taiwan durante dois dias são uma “flagrante provocação à ordem internacional”, declarou em comunicado a porta-voz da presidência taiwanesa, Karen Kuo, neste sábado (25).

“A recente provocação unilateral da China não só mina o status quo da paz e da estabilidade através do Estreito de Taiwan: é também uma provocação flagrante à ordem internacional, suscitando sérias preocupações e condenação por parte da comunidade internacional.”

Pequim anunciou ter concluído “com sucesso” os dois dias de exercícios, denominados Joint Sword – 2024A: uma “punição severa para os atos separatistas” do novo presidente da ilha, Lai Ching-te, também conhecido como William Lai.

Na quinta-feira, Ministério da Defesa Nacional taiwanês já dissera que a operação “destaca a mentalidade militarista do Partido Comunista chinês, que é a essência do expansionismo militar e da hegemonia”.

Teste para tomada de poder em Taiwan

Nesta sexta-feira, o regime chinês confirmara que as operações tinham como objetivo testar sua capacidade de “tomar o poder” na ilha. Na televisão estatal, o perito militar Zhang Chi explicou tratar-se da simulação de um bloqueio: o Exército ensaiou cortar as exportações de energia para Taiwan; interceptar as rotas de escape de seus políticos para o exterior; e sustar a ajuda por aliados estrangeiros como os Estados Unidos. O Exército de Libertação Popular teria também testado sua capacidade de ocupar o Taiwan.

O Ministério da Defesa Nacional da ilha registrou nas últimas 24 horas a presença de 27 navios e 62 aviões de combate chineses nas proximidades de seu território e dos arquipélagos periféricos. Das aeronaves, 47 – incluindo caças SU-30 e bombardeiros H-6 – teriam cruzado a linha média do Estreito de Taiwan, a fronteira de facto entre as duas nações.

Alguns dos aviões de guerra chineses passaram a 39 milhas náuticas (72,2 quilômetros) de Keelung, cidade do norte de Taiwan que alberga uma base militar, e a 41 milhas náuticas (76 quilômetros) do Cabo Eluanbi, no sul do país, informou o ministério.

As Forças Armadas taiwanesas “acompanharam a situação e empregaram aviões de combate, navios da Marinha e sistemas de mísseis costeiros em resposta às atividades detectadas”, afirmou o ministério.

Na sexta-feira, a Administração da Guarda Costeira de Taiwan disse ter repelido a incursão de quatro navios chineses que entraram em águas próximas das ilhas Wuqiu e Dongyin, situadas junto à China continental.

Presidente Lai promete proteger democracia com determinação

Durante os dois dias de manobras chinesas, Taiwan detectou um total de 111 aviões de guerra – 82 dos quais cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan – e 53 navios da Marinha e da Guarda Costeira chinesas.

Esse é o número diário mais elevado de incursões desde 11 de abril de 2023, quando a China lançou uma série de manobras em torno da ilha, após o encontro nos EUA entre a então presidente tawainesa, Tsai Ing-wen, e Kevin McCarthy, então líder da Câmara dos Representantes americana.

A ação militar da China iniciou-se dias depois da posse do novo presidente, Lai Ching-te. Na quinta-feira, ele mobilizou as Forças Armadas da ilha e apelou à população para manter a calma, garantindo que o seu governo protegeria a democracia nacional com determinação.

O território opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera Taiwan uma província sua, que deve ser reunificada pela força, caso necessário.

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