O ex-juiz da Lava Jato, ex-ministro da Justiça e agora pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) atribuiu a decisão sobre a prescrição do processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex do Guarujá (SP) a “manobras jurídicas”. Ele escreveu no Twitter que crimes de corrupção deveria ser imprescritíveis.
Manobras jurídicas enterraram de vez o caso do Triplex de Lula, acusado na Lava Jato. Crimes de corrupção deveriam ser imprescritíveis, pois o dano causado à sociedade, que morre por falta de saúde adequada, que não avança na educação, jamais poderá ser reparado.
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 7, 2021
O MPF (Ministério Público Federal) reconheceu a prescrição do processo contra Lula no caso do tríplex. A decisão foi assinada ontem pela procuradora da República Márcia Brandão Zollinger. Na ação, o político é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.
A prescrição foi consentida pelo MPF com a argumentação de que o STF (Supremo Tribunal Federal) já havia anulado as condenações de Lula determinadas pela Operação Lava Jato — decisão do plenário da Corte proferida em abril de 2021.
Advogados criticam Moro e Deltan
Os advogados do ex-presidente, Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins, criticaram a condução do processo por parte de Moro e Deltan Dallagnol. Ambos anunciaram recentemente filiação ao Podemos, e devem participar das eleições em 2022.
“O pedido de arquivamento apresentado pelo MPF deve pôr fim ao caso que foi construído artificialmente a partir do conluio do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol para prender o ex-presidente Lula, retirá-lo das eleições de 2018 e para atacar indevidamente sua reputação, tal como sempre sustentamos”, falaram, em nota ao UOL.
Tríplex
No caso do tríplex, o político foi acusado de “lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, envolvendo o pagamento de reforma, ocultação e dissimulação da titularidade do apartamento 164-A, tríplex, e do beneficiário das reformas realizadas”.
Além de Lula, os outros réus do processo eram Marisa Letícia Lula da Silva, esposa do petista morta em 2017; o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto; os ex-presidentes da OAS José Adelmario Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fabio Horia Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.