Um estudo liderado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostra que há uma alta taxa de mudança partidária entre políticos brasileiros. Mais da metade (68,5%) dos candidatos das eleições deste ano e que estavam também na corrida eleitoral de 2020 mudaram de legenda.
Segundo o levantamento, 178.363 pessoas participaram das duas eleições. Deste total, 122 mil concorrem no pleito municipal de outubro por uma legenda diferente que há quatro anos.
O Republicanos lidera o ranking como a legenda que teve o maior saldo entre entradas e saídas de integrantes no período analisado, com 4,589 novos membros. Em seguida está o PL de Jair Bolsonaro, com 2,833.
Depois aparecem o MDB, com 2,669, e o PP, com 2,465. Na sequência estão o PSD, com 2,196, o PSB, com 1,756, o Avante, com 1,535, o Novo, com 1,435. Já o PT do presidente Lula registrou um saldo de 1,318 novos candidatos, ocupando a 9ª colocação.
Em último lugar está o PRD, com uma fuga de 5,389 candidatos. O partido é uma legenda criada a partir da fusão do PTB com o Patriota, que ainda não existia em 2020.
Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo), Bebet Bruno Santos/Folhapress, Pedro Ladeira/Folhapress, DivulgaçãoMais
Depois dele, o Cidadania e o Solidariedade foram os que mais perderam membros, com um saldo de fuga de 3,615 e 2,927 integrantes, respectivamente.
A maior proporção de migrações ocorreu entre os que disputam uma vaga nas câmaras municipais, com 112,6 mil (69,3%) trocando de legenda no período analisado. Entre os candidatos a prefeito, 5,200 mudaram de partido, e entre os que disputam o cargo de vice-prefeito, 4,500.
O levantamento também mostra que a maior parte dos novos integrantes dos Republicanos veio da União Brasil (1,270), seguido por PRD (988) e Podemos (967). Ainda de acordo com o estudo, a maior parte dos candidatos que saiu do PRD foi para a União Brasil (1.015), Republicanos (988), MDB (949) e PP (937).
Intitulado “Análise: Mudanças Partidárias entre as Eleições de 2020 e 2024”, o estudo foi feito em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Representação e Legitimidade Democrática (INCT-Redem).