Em reunião nesta quarta-feira (12) com o presidente eleito, a bancada do DEM ouviu de Bolsonaro o pedido de apoio e deverá formalizar o aval durante encontro da Executiva Nacional, em janeiro de 2019.
Com três ministros escalados para o futuro governo, o DEM – partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) – está a um passo de integrar a base aliada da administração de Jair Bolsonaro no Congresso.
Candidato a novo mandato à frente da Câmara, Maia não compareceu à conversa desta quarta, na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde fica a equipe de transição, mas a cúpula do partido espera que, ao indicar a adesão a Bolsonaro, obtenha ao menos a neutralidade do governo na disputa da Câmara.
No início desta semana, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, disse que o PSL não apoiará a recondução de Maia.
Bolsonaro disse, na reunião com o DEM, que pediu ao PSL a isenção na disputa da Câmara, “em nome da governabilidade”. O presidente eleito escolheu três integrantes do DEM para o seu primeiro escalão – os deputados Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil; Tereza Cristina, que ocupará a Agricultura e Luiz Henrique Mandetta para a Saúde. “As coisas estão caminhando para o apoio ao governo. O espírito de todos é de colaboração”, afirmou o prefeito de Salvador e presidente do DEM, ACM Nete.
O DEM “tem todos os motivos, ideologicamente” para se aliar ao governo Bolsonaro. ACM Neto disse que Maia não compareceu ao encontro desta quarta porque tem um “papel institucional” a cumprir e negou que declarações de Eduardo Bolsonaro sobre ele tenham azedado as relações.
Nos bastidores, no entanto, sabe-se que Maia montou uma estratégia para se reeleger e tenta formar um bloco que isole o PSL na repartição de poder na Câmara, caso a equipe de Bolsonaro interfira na eleição, marcada para fevereiro de 2019.
“Achamos que quanto mais distante o governo estiver dessa eleição(Presidência da Câmara), melhor”, comentou o presidente do DEM.