A oposição a Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados conseguiu ver uma janela de oportunidade na recém-formada aliança do Centrão com o governo: a reaproximação com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para líderes da oposição, o presidente da Casa, ao mesmo tempo que busca recompor parte da influência perdida com o avanço do governo sobre os partidos, precisa garantir uma sobrevivência após o término do seu mandato à frente da Câmara. Sobre uma eventual CPI contra Bolsonaro, Maia não se opõe, mas defende que a oposição se articule com o Senado.
Segundo o Estadão, a Câmara hoje se divide em quatro: o Centrão (PP, PL Republicanos, Solidariedade e outros), o grupo de Maia (MDB, PSDB, DEM e Cidadania), a oposição e os bolsonaristas. Deputados avaliam, porém, que Maia não perdeu totalmente a conexão com o Centrão.
Líderes de oposição dizem que concordam com os partidos do “Centrão de Maia” em pautas como a defesa das instituições, mas sabem que a aliança é limitada: na economia, em especial, não há possibilidade de convergência.
O discurso de Rodrigo Maia, no qual cobrou respeito à democracia e harmonia entre os Poderes, ficou aquém do esperado pela oposição, mas ao menos cumpriu um papel institucional, segundo lideranças ouvidas pela Coluna.