Com desempenho aquém do esperado nas pesquisas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) começaram a discutir uma possível aliança na disputa presidencial deste ano.
O objetivo é construir uma coligação de centro em torno da candidatura de um deles e, dessa forma, tentar isolar PSDB e MDB, que negociam uma possível coligação em torno do ex-governador tucano Geraldo Alckmin. Os presidenciáveis têm conversado por meio de interlocutores e já se encontraram pelo menos uma vez nas últimas semanas para tratar do assunto.
No final de abril, eles almoçaram na residência oficial da Presidência da Câmara. Também participaram do encontro a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), e dos deputados Rodrigo Garcia (DEM-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE), coordenadores da pré-campanha do democrata.
No almoço, Maia e Álvaro concordaram que os partidos de centro precisam se unir, pois, do contrário, nenhum de seus representantes sequer chegará ao segundo turno da disputa presidencial.
Os dois, porém, avaliaram que o cabeça dessa chapa de centro não pode ser Alckmin, que, começou a negociar nas últimas semanas aliança que pode culminar com o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) como seu vice.
No DEM, a avaliação é de que Alckmin representa um “produto velho” e trará para sua candidatura todo o desgaste do governo Michel Temer, se tiver um emedebista de vice.
A aliados, Maia diz que erra quem aposta que a campanha se concentrará na polarização entre o ex-presidente Lula (PT), que está preso e inelegível, e o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Para ele, o foco acabará sendo o governo Temer. Por isso, é preciso manter um distanciamento.
Já para o grupo de Dias, uma chapa PSDB-MDB poderá favorecer o senador, na medida em que permitirá uma polarização dentro do próprio campo do centro. “Seria o mundo ideal para nós. De um lado, estariam eles com a “chapa Lava Jato”. Do outro estaríamos nós”, afirmou a presidente nacional do Podemos.
Integrantes da cúpula do DEM e do Podemos já admitem que poderão abrir mão de serem os cabeças de chapa para apoiarem um ao outro A ideia é que o candidato seja o que esteja melhor posicionado em julho. Para democratas, Dias pode ser enquadrado como “produto novo” e tem potencial para deslanchar; só precisa de apoio partidário. No último Datafolha, o senador oscilou entre 3% e 5%.