O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro após críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio. O político norte-americano comemorou no Twitter o cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, onde o brasileiro receberia o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. “O seu ódio não é bem-vindo aqui”, disse Blasio.
Rodrigo Maia respondeu. “O prefeito de NYC critica a intolerância de Jair Bolsonaro mas age da mesma forma. Discordo em muitas coisas do presidente Bolsonaro na agenda de valores mas não há saída para os nossos desafios sem diálogo e respeito”, disse o presidente da Câmara, no Twitter, neste último sábado (4).
Horas antes, Bill de Blasio tinha dito que os “nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão” e “nós expusemos sua intolerância”. “Ele (Jair Bolsonaro) correu. Não fiquei surpreso – valentões geralmente não aguentam um soco”, tuitou o prefeito da cidade. Em outra postagem, ele disse que Bolsonaro ataca os “direitos LGBTQ e seus planos são destrutivos para o nosso planeta”.
O comentário de Maia sobre Bolsonaro vem em um momento de melhora no clima entre os chefes da Câmara e do Planalto. Após farpas trocadas publicamente, algumas arestas foram aparadas nas últimas semanas. No sábado passado, dia 27 de abril, o presidente da República chegou a afirmar que “está namorando Rodrigo Maia” e que ele é “meu parceiro”, após conversarem no aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União Walton Alencar Rodrigues. No último domingo (28) o presidente recebeu Maia no Palácio do Planalto e ambos trataram da Reforma da Previdência, pauta em que os dois estão empenhados.
O cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, se deve a protestos. Ele iria pessoalmente receber o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, no próximo dia 14.
Além de críticas de Bill de Blasio, que chegou a chamar Bolsonaro de “ser humano perigoso”, o Museu de História Natural de Nova York havia se recusado a sediar o evento. Ao longo da semana, algumas empresas retiraram o patrocínio à premiação após pressão de ativistas de direitos LGBTQ e ligados a minorias, que pediam boicote à premiação. Algumas empresas decidiram deixar de patrocinar o evento.
“Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, disse Rêgo Barros.