A reportagem de capa da nova edição da Crusoé fala sobre a complicada relação entre o lulismo e o petismo. Se vencer as eleições, Lula terá de fazer muitas concessões políticas para governar e frustrará os companheiros. Leia um trecho:
“No primeiro turno das eleições deste ano, Lula recebeu 25 milhões de votos a mais do que seu companheiro petista, Fernando Haddad, na corrida presidencial de 2018. […] Mais que uma medida da estatura dos dois personagens, essa é uma medida da diferença que existe entre Lula e o PT.”
“Embora o candidato e seu partido estejam intrinsecamente ligados (ao contrário do que acontece, por exemplo, com Bolsonaro e o PL, que hoje o hospeda), já faz vinte anos que lulismo e petismo não são fenômenos coincidentes. As consequências disso vão além das eleições. Um eventual governo Lula pode ter faces bem diversas a depender do espaço destinado ao PT.”
“Ao conquistar seu primeiro mandato, em 2002, Lula montou um governo com 35 ministérios e entregou nada menos que 21 deles a representantes das diversas ‘tendências’ internas de seu partido. Isso lhe trouxe problemas. Sem abrir espaços na máquina pública, Lula teve dificuldades para organizar sua base no Congresso. Acabou recorrendo a um método criminoso de compra de apoio político – o mensalão. Caso vença as eleições, Lula deve se deparar com uma equação ainda mais complexa em 2023.”