O fim das emendas de relator impõe um desafio ao futuro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o qual a governabilidade já é uma preocupação.
Como os recursos das emendas serão divididos igualmente entre os deputados, esvazia-se segundo Guilherme Seto e Juliana Braga, da Folha, o poder dos líderes de partidos na Câmara que, até então, distribuíam os valores de acordo com a fidelidade de cada parlamentar.
Em vez de negociar com um representante de cada bancada, a articulação do presidente eleito terá de se dedicar mais às conversas individuais.
Com a mudança, os deputados dizem acreditar que terão mais poder de barganha individual com o governo federal, inclusive para negociar indicações para cargos.
Um presidente de legenda avalia que a atuação pragmática do centrão, sem orientação ideológica unificada, coloca-o em posição mais vulnerável à fragmentação no novo contexto.