O presidente Lula da Silva (PT) recebe nesta quinta-feira (22), no Palácio da Alvorada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de líderes da Casa. O encontro, marcado para as 19h, é um gesto de aproximação, em um momento em que o governo acumula insatisfações no Congresso.
No fim do ano passado, o presidente vetou parte do valor que parlamentares destinaram para emendas de comissão, o que gerou protesto de congressistas. Agora, Lula faz uma sinalização aos partidos e também tenta organizar a pauta do Executivo para o primeiro semestre do ano.
Na terça-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, teve um encontro com Lira na residência oficial da Câmara, em Brasília. A conversa durou 20 minutos e ocorreu antes do almoço de líderes. Após os desgastes na relação entre Lira e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Costa foi escalado como principal interlocutor do Planalto com Lira.
Em outra frente, Padilha almoçou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e do Congresso, Randolfe Rodrigues.
Pauta econômica
No encontro, Lula deve expor aos deputados as prioridades do Planalto, entre as quais, regulamentação da reforma tributária, programas para aumentar acesso ao crédito, projetos relacionados à transição ecológica e a Medida Provisória (MP) que prevê a reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia intensivos em mão de obra e a redução de benefícios do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), este último tem maior resistência entre líderes.
O foco do Planalto é avançar na pauta econômica o máximo possível ainda no primeiro semestre, já que as eleições municipais devem impor outro ritmo ao Congresso no segundo semestre. Mesmo com uma ampla aliança, o governo não tem base sólida para aprovar todas as pautas que deseja e terá que negociar, projeto a projeto, como fez ano passado.
A conversa também ocorrerá no contexto em que a oposição já tem mais de 90 assinaturas para um pedido de impeachment de Lula devido à comparação que o presidente fez entre as ações militares de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler durante o Holocausto.