O presidente Lula da Silva (PT) disse nesta última sexta-feira (15), conforme a EFE, que seu homólogo da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente Jair Bolsonaro são contra o sistema e pediu a defesa dos valores democráticos frente a extrema-direita que ambos representam.
“A democracia está correndo risco no mundo”, declarou Lula em um discurso inflamado durante evento em Porto Alegre, no qual atribuiu essas ameaças à nova extrema-direita.
De acordo com Lula, “a esquerda e os setores progressistas antes criticavam o sistema. Quando ganham as eleições, passam a fazer parte do sistema. E a direita, que fica fora, vira contra o sistema.”
“Quem é contra o sistema, hoje, quem critica tudo, é o [Javier] Milei na Argentina. É o Bolsonaro, que até hoje não reconhece a derrota dele”, criticou Lula.
“Antes na política tínhamos adversários e não inimigos, mas agora isso acabou no Brasil, nos Estados Unidos, na Espanha e está acabando em Portugal”, declarou o presidente, pedindo a recuperação do “humanismo e do valor das instituições que são as garantias da democracia”.
“A política, no mundo inteiro, está tomada pelo ódio. A política está tomada por um ódio que certamente a maioria de vocês nunca tinha vivido. Não estávamos acostumados a fazer política assim”, afirmou.
“A democracia corre risco no mundo pelo fascismo, pelo nazismo, pela extrema direita raivosa e bruta que ofende as pessoas, que não acredita nas pessoas”, prosseguiu o petista.
“A gente não tem que brigar apenas com um governador ou com um presidente. A gente tem que brigar contra um pensamento perverso, malvado, que odeia”, completou.
Em seguida, alertou para os perigos das novas tecnologias e disse que o ser humano não consegue usar toda a sua inteligência e agora querem substituí-la pela inteligência artificial, sobre o que não se conteve e acrescentou: “Que besteira!
Segundo Lula, o mundo está vivendo um dos momentos mais “grotescos, em que a verdade não vale nada e a mentira vale tudo”. Por isso, o campo progressista deve lutar para convencer as pessoas de que “não são algoritmos, mas seres humanos que querem solidariedade e fraternidade”.