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Lula em live semanal - Foto: Reprodução/Twitter
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terça-feira 22 de agosto de 2023 às 10:18h

Lula nega que Brics queira ser contraponto ao G7 e aos EUA

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia nesta terça-feira (22) o primeiro de três dias de atividades da cúpula de líderes do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Lula negou conforme Eduardo Simões, da Reuters, que o Brics tenha a intenção de ser um contraponto ao G7, de países de economias desenvolvidas, ou aos Estados Unidos, afirmando que o bloco pretende organizar o “Sul Global”.

“A gente não quer ser contraponto ao G7, a gente não quer ser contraponto ao G20, a gente não quer ser contraponto aos Estados Unidos, a gente quer se organizar. A gente quer criar uma coisa que nunca teve, que nunca existiu, o Sul Global”, disse Lula em sua live semanal “Conversa com o Presidente”, realizada diretamente de Johanesburgo, na África do Sul, onde o presidente participa da reunião de cúpula do Brics.

“Nós sempre fomos tratados como a parte pobre do planeta, como se nós não existíssemos, sempre fomos tratados como se fôssemos de segunda categoria. E de repente a gente está percebendo que a gente pode se transformar em países importantes.”

Lula disse ainda ser favorável à entrada de novos países no Brics, citando especificamente Indonésia e Argentina, ao mesmo tempo que afirmou que a expansão do grupo precisa ser feita com critérios, para que o Brics não se torne uma “Torre de Babel”.

“Para a gente possibilitar a entrada de novos países, a gente tem que limitar uma certa coisa que todo mundo concorde, porque se não tiver um grau de compromisso nos países que entram nos Brics vira uma Torre de Babel”, disse Lula, acrescentando que a expansão do grupo será discutida na reunião na África do Sul.

Ao mesmo tempo, Lula disse que o Brics não pretende ser “um clube fechado”, mas uma “instituição multilateral” e defendeu a existência de mais organismos multilaterais, citando por exemplo uma retomada da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a necessidade de a Organização das Nações Unidas (ONU) deter poder de governança em temas como as mudanças climáticas.

O presidente defendeu também a entrada do Brasil, da Índia e de outros países no Conselho de Segurança da ONU como membros permanente, afirmando que as Nações Unidas praticamente não têm representatividade atualmente.

Lula voltou a defender que o Brasil possa fazer comércio internacional em moedas alternativas ao dólar e mencionou que os negócios com a Argentina pode ser feita com o iuan, moeda da China, diante de o que Lula afirmou ser uma dificuldade do país vizinho em acessar o dólar.

Lula chegou a Joanesburgo, capital da África do Sul, nesta segunda (21). A cidade será a sede do 15º encontro de chefes de Estado do bloco.

Segundo o embaixador Eduardo Saboia, do Ministério das Relações Exteriores, o encontro entre os líderes do Brics terá três temas principais:

  1. expansão do bloco — Lula já sugeriu a possibilidade de adesão da Arábia Saudita e da Argentina
  2. visibilidade para questões africanas — Lula tem se reaproximado de países da região
  3. e discussão sobre o uso de uma moeda comum para as transações comerciais entre os países do Brics

Além de Lula, estarão presentes à cúpula os presidentes Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota.

Nesta terça, os líderes participarão de um fórum empresarial. Na sequência, há previsão de um retiro, evento que reúne somente chefes de Estado e governo e ministros das Relações Exteriores. O chanceler russo, Sergei Lavrov, estará presente, segundo o governo brasileiro.

Além da agenda prevista às lideranças do Brics, neste primeiro dia de encontro, Lula terá como compromissos:

  • encontro com representantes do Congresso Nacional Africano (ANC)
  • diálogo do Fórum Empresarial do Brics
  • reunião no Retiro dos Líderes do Brics
  • e jantar de boas-vindas aos líderes do BRICS oferecido pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa

Antes da agenda de atividades de líderes do Brics, Lula também participará do programa “Conversa com o Presidente”, realizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Agenda na cúpula

Lula participará de compromissos ligados à cúpula do Brics até quinta-feira (24).

Segundo agenda divulgada pelo Itamaraty, na quarta (23), o presidente estará presente à reunião de cúpula dos líderes do bloco, que deve ocorrer em duas sessões.

Na quinta (24), há previsão do encontro estendido com os países-membro do Brics e cerca de 40 países convidados, em sua maioria chefes de Estado e governo de nações interessadas em ingressar no bloco, vindos da África, da América do Sul, do Caribe e da Ásia.

Giro pela África

Após a cúpula do bloco, Lula seguirá em viagem por outros países do continente africano. Estão previstas visitas a Angola e São Tomé e Príncipe.

Esta é a segunda viagem do petista à África desde que tomou posse, em janeiro deste ano. Antes, ele fez uma passagem rápida por Cabo Verde, arquipélago africano no Atlântico.

Angola será o primeiro destino de Lula após os compromissos em Joanesburgo. O Itamaraty prevê que, entre outras agendas, ele deve se reunir com o presidente angolano, João Lourenço, e participar de encontro com empresários.

Em São Tomé e Príncipe, o presidente vai participar da Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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