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Procurador-geral da República, Augusto Aras, em foto de arquivo — Foto: Divulgação/PGR
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sexta-feira 25 de agosto de 2023 às 08:27h

Lula indica a aliados que não tem pretensão de reconduzir Aras ao comando da PGR

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem indicado a aliados que não tem pretensão de reconduzir o procurador-geral Augusto Aras ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em conversas com os poucos auxiliares com quem trata sobre o tema, Lula não demonstra disposição de mantê-lo no cargo por mais dois anos, embora essa hipótese conte com apoio de aliados como o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

A falta de um franco favorito ao cargo entre os nomes que estão postos é o que mantém Aras na lista de cotados, na avaliação auxiliares palacianos.

O procurador-geral tem apoio de parte da classe política, que vê demonstração de postura firme de Aras contra “excessos” da instituição.

Pesa contra sua recondução a ligação direta com o ex-presidente Jair Bolsonaro e avaliação, de outra ala do governo, de que falhou na contenção a Bolsonaro durante o avanço da Covid-19.

Lula recebeu Aras em seu gabinete na última quinta-feira em uma conversa de uma hora e 20 minutos no Palácio do Planalto. Durante o encontro, Aras criticou a Lava-Jato e pontuou que o próximo PGR precisará ajudar a conduzir de forma equilibrada a chegada de 80 procuradores regionais, nomeados por Rodrigo Janot e Raquel Dodge, que, pelos critérios de sucessão natural no Ministério Público, chegarão à cúpula da instituição.

Como mostrou o colunista do O Globo, Lauro Jardim, o argumento de Aras é de que esse grupo terá uma visão mais identificada ao lavajatismo, o que torna a indicação ainda mais estratégica ao presidente.

A conversa foi acompanhada por Jaques Wagner e o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, dois nomes com quem Lula conversa sobre o tema, além dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Flavio Dino (Justiça).

Para aliados, o fato de Lula ter chamado Aras, ter dedicado mais de uma hora da sua agenda à conversa e ter intenção de falar pessoalmente com os outros candidatos demonstram que o presidente não irá delegar a tarefa de escolha a ninguém. Ou seja, está chamando para si o processo de “sabatina informal” para a tomada de decisão.

Os próximos candidatos serão recebidos por Lula a partir de setembro. Integrantes do governo que estão atuando diretamente no processo de escolha têm defendido que todos os candidatos devem ser ouvidos pelo presidente. Também ressaltam a importância de Lula estar municiado de informações sobre a trajetória de cada um dos postulantes.

Por não haver um candidato que desponte como claro favorito até o momento, ministros envolvidos na discussão não descartam que Lula opte por um mandato tampão até tomar a decisão no seu tempo.

O mandato de Aras encerra em 26 de setembro e, caso Lula não tenha definido seu substituto até lá, assume o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), que será eleito em votação realizada no próximo dia 5 de setembro. A subprocuradora-geral da República Elizeta Maria de Paiva Ramos é apontada como principal candidata ao cargo.

Como mostrou O Globo, a disputa pelo cargo se afunila cada vez mais em três nomes: o vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gonet e os subprocuradores-gerais Antônio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já esteve em encontros separados com os três. Nas conversas, todos se apresentam como contrários à operação Lava-Jato.

Gonet é o candidato dos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes; Bigonha tem apoio do campo progressista, como uma ala do PT e de integrantes do grupo Prerrogativas.

Visto como candidato menos provável, Bonsaglia é o único integrante da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) no páreo. Tem apoio de integrantes núcleo jurídico ligado ao presidente, além de movimentos sindicais de São Paulo.

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