O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs em Brasília, na manhã desta quarta-feira, 19, como investigado em um inquérito para apurar se ele violou a Lei de Segurança Nacional.
Segundo a revista Veja, a investigação, sob responsabilidade da Polícia Federal, foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Hj, junto com @DeputadoFederal, participei de uma audiência inacreditável, de inquérito contra o presidente Lula. Requisição de Sérgio Moro com base na Lei de Segurança Nacional, desenterrada do regime militar, pq Lula falou das notórias relações do governo com milicianos.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 19, 2020
Segundo um técnico do ministério, trata-se de uma representação por crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro. A suposta infração ocorreu um dia após a libertação de Lula, que cumpriu 580 dias de prisão na sede da Polícia Federal de Curitiba. Durante seu discurso no Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, o ex-presidente afirmou que Bolsonaro “governava para milicianos”.
O trecho em que Lula cita o presidente Bolsonaro foi o seguinte: “Tem gente que fala que tem de derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”.
Mais cedo, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) postou um tuíte sobre depoimento. A petista classificou o episódio como “inacreditável”. Gleisi compareceu à audiência junto com Lula e com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Lula ainda prestará depoimento na tarde desta quarta na Justiça Federal de Brasília, em razão de uma ação penal em que é réu, no âmbito da Operação Zelotes.