Pesquisa PoderData realizada nesta semana em todo o país com 3.500 pessoas indica que, se a eleição presidencial fosse hoje, Jair Bolsonaro (sem partido) iria para o 2º turno junto Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O atual presidente tem 30% e o petista pontua 34%. Como a margem de erro do levantamento é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos, há um empate técnico no limite desses percentuais.
A polarização é grande. Depois de Bolsonaro e Lula, todos os demais candidatos testados ficam com menos de 10%. O ex-juiz federal da Lava Jato Sergio Moro (sem partido) tem 6%. Ciro Gomes (PDT), 5%. O empresário e apresentador da TV Globo Luciano Huck (sem partido) fica com 4%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) pontua 3%. João Amôedo (Novo) tem 3% e Luiz Henrique Mandetta (DEM), 2%.
Realizada de 15 a 17 de março de 2021, a pesquisa do PoderData, divisão de estudos estatísticos do jornal digital Poder360, ouviu 3.500 pessoas com 16 anos ou mais em 545 cidades em todas as 27 unidades da Federação.
Quando o PoderData simula eventuais cenários de 2º turno, Bolsonaro fica numa situação muito menos confortável do que no estudo de dezembro de 2020, quando vencia em todos os cenários de 1º e de 2º turnos.
Lula estava inelegível naquela ocasião e, por isso, e não foi testado. Agora, teve os processos anulados pelo STF (tudo terá de começar novamente). No confronto com o atual presidente numa simulação de 2º turno, o petista pontua 41%. Bolsonaro fica com 36%. São 5 pontos percentuais de diferença, além da margem de 1,8 ponto do levantamento, segundo o PoderData.
No caso de eventual enfrentamento com Ciro Gomes, nova derrota de Bolsonaro. Há 3 meses, em dezembro de 2020, Ciro tinha 35% e perdia para o atual presidente, que pontuava 44% (9 pontos de diferença). Agora, o cenário se inverteu. Ciro foi a 39% e Bolsonaro desceu 10 pontos, para 34%.
Também melhorou no cenário de 2º turno o apresentador Luciano Huck. Ele pontua 40% contra 37% de Bolsonaro. Essa diferença (3 pontos) ainda os coloca empatados tecnicamente, mas é notável o fato de Huck estar numericamente à frente. Em dezembro 2020, Bolsonaro tinha 44% e Huck 38%.
O desempenho pior de Bolsonaro, como se vê, favoreceu a Lula, Ciro e Huck. Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-juiz federal da Lava Jato Sergio Moro não melhoraram. Seguem perdendo para o atual presidente num eventual 2º turno.
O tucano tinha 31% em dezembro de 2020 contra Bolsonaro, que pontuava 46%. O presidente desceu para 41%. Só que Doria ficou com os mesmos 31% de 3 meses atrás.
Moro perdeu tração. Registrava 36% em dezembro de 2020 contra Bolsonaro, que tinha 43%. Agora, o presidente desceu para 38% nessa simulação, mas Moro escorregou para 31%.
Rejeição e potencial de voto
O PoderData também apresentou os nomes de potenciais candidatos a presidente e perguntou aos 3.500 entrevistados se votariam nessas pessoas com certeza, se poderiam votar ou se não votariam de jeito nenhum.
Esse tipo de pergunta mede a rejeição (não votaria de jeito nenhum) e o potencial de voto (vota com certeza ou poderia votar).
O candidato com menor rejeição foi Lula, com 40%. Todos os demais têm mais de 50%, começando com Bolsonaro, com 53%, Huck (54%), Moro (60%), Ciro (56%), e, na lanterna, Doria (65%).
Lula também lidera quando se trata de potencial de voto: 53%, sendo 33% que votariam com certeza no petista e outros 20% que dizem que poderiam votar.
Bolsonaro tem 43% de potencial de voto. É seguido por Huck (39%), Ciro (36%), Moro (34%) e Doria (30%).
Estratificação
O levantamento do PoderData mostra que, no 1º turno, Bolsonaro tem mais intenções de voto entre homens (37%), jovens de 16 a 24 anos (44%) e com pessoas que recebem de 5 a 10 salários mínimos (48%).