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segunda-feira 18 de março de 2024 às 16:56h

Lula cobra aos ministros viajarem mais e divulgarem realizações do governo

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Na primeira reunião ministerial de 2024, o presidente Lula da Silva (PT) cobrou os integrantes do primeiro escalão governo segundo a colunista Alice Cravo, do O Globo, que eles viajem mais e divulguem realizações do governo, segundo participantes do encontro. Lula também se queixou dos números da dengue no país.

— O presidente pediu que cada ministro procure revisitar tudo o que lançou. Ele não quer ver anunciando novos programas, novas ações, mas concretizar o que foi lançado. Já tem um portfólio robusto. Os resultados do governo e da economia têm que ser agregados em indicadores que sejam compreendidos pela população — afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após o encontro.

Na parte aberta do encontro, Lula citou uma série de ações do governo federal desenvolvidas ao longo do último ano, como a ampliação do Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo, mas afirmou que “ainda falta muito” para ser feito no país.

— Todo mundo sabe também que ainda falta muito a gente fazer. Por mais que a gente tenha recuperado Farmácia Popular, Mais Médico, por mais que tenha feito clínica, a gente tem ainda muito para fazer em todas as áreas. E muito não é nada estranho, é tudo o que nos comprometemos a fazer.

Após o encontro, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que o governo vai investir mais na segmentação por meio das redes sociais:

— Na mesma forma que 2023 foi o ano do plantio para as outras áreas, para a comunicação também. Então teremos novidades neste ano pelas necessidades que tivemos. Hoje, qualquer comunicação institucional é segmentada para determinados públicos. As ferramentas digitais vão permitir comunicação mais direcionada, para públicos específicos.

Bolsonaro é chamado de “covardão”

O presidente afirmou ainda que não há mais dúvida de que houve uma tentativa de golpe nos ataques de 8 de janeiro e chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “covardão”.

Lula afirmou que “pessoas que estavam no comando das Forças Armadas” não quiseram “aceitar a ideia” de golpe do ex-presidente. Na última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo de parte dos depoimentos que compõem a investigação da trama do golpe.

— Se há três meses quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão— afrimou Lula.

Lula, então, afirmou que Bolsonaro “ficou em casa chorando” e que depois fugiu para os Estados Unidos com a expectativa de que o golpe acontecesse.

— Ele não teve coragem de executar aquilo que planejou, ficou dentro de casa chorando quase que um mês e preferiu fugir para os EUA do que fazer o que tinha prometido, na expectativa de que fora do país o golpe poderia acontecer porque eles financiaram as pessoas na porta dos quarteia para tentar estimular o golpe.

Em um dos depoimentos, o ex-chefe da Aeronáutica Baptista Júnior afirmou a PF que o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, tria ameaçado Bolsonaro de prisão caso avançasse com a tentativa de golpe de estado.

Religiosos

Durante a reunião, Lula criticou o uso político da religião e afirmou que não é possível compreender ” religião sendo manipulada da forma vil e baixa”. Pesquisa Genial/Quaest mostrou que avaliação negatica de Lula entre os evangélicos cresceu nos últimos meses.

— Um país em que a religião não seja instrumentalizada como um instrumento político de um partido político ou de um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país.

Segundo análise da Quaest, a piora na avaliação entre evangélicos foi influenciada pela declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que compara as ações de Israel em Gaza ao que Hitler fez contra os judeus durante a Segunda Guerra. A fala foi considerada exagerada por 60% dos entrevistados e 69% dos adeptos ao segmento religioso.

Depois do encontro, Rui Costa disse que o presidente quer se aproximar dos religiosos, mas que “a fé das pessoas não pode ser usada na disputa político-partidária”:

— Religião e crença são maiores do que partidos políticos. Disputas políticas, portanto, devem ser assim colocadas e respeitadas as crenças religiosas das pessoas. Isso que o presidente voltou a afirmar. Mais do que nunca, as ações anunciadas e o que foi priorizado sao ações voltadas para cuidar das famílias.

Mauro Vieira na Palestina

Lula também citou a viagem do ministro Mauro Vieira (MRE) para a Palestina, e afirmou que o chanceler está levando um “recado” do Brasil. O ministro é o único que não está presente na reunião desta segunda-feira.

— Está faltando um ministro importante que é o companheiro Mauro Vieira, que está em uma viagem internacional, foi visitar a situação da Palestia, Cisjordânia e outros países para levar um recado, uma mensagem brasileira para lá.

O Itamaraty traçou um roteiro de visitas a países do Oriente Médio que deixará Israel de fora. As relações entre o Brasil e o governo israelense estão abaladas por uma crise causada pelas críticas de Lula aos ataques a civis palestinos na Faixa de Gaza.

Segundo o Itamaraty, a ausência de Israel do roteiro não foi deliberada. A ida do chanceler brasileiro à região, explicou o órgao, foi em resposta a convites anteriores.

Reunião ministerial

A reunião acontece após sucessivos reveses para o governo, como a piora nos índices de aprovação e desgastes causados por falas do presidente sobre o conflito entre Israel e Palestina e ações consideradas intervencionistas na Petrobras e na Vale.

Em outro momento, Lula afirmou que a equipe de governo teve um “trabalho hercúleo” para recuperar as políticas públicas do país e criticou a gestão anterior, sem mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

— Foi um trabalho hercúleo para recuperar tudo isso. Recuperar o Bolsa Família, incluindo mais gente, aumentando o Bolsa Família. A gente criar programas educacionais, que vão desde a alfabetização na hora certa, ao pé de meia, institutos federais, recuperações de vários prédios universitários que estavam paralisados. Todo mundo sabe o que foi feito nesse país para que a gente recuperasse o poder aquisitivo do salário mínimo. É o segundo ano consecutivo que o salário mínimo vai aumentar acima da inflação.

Ao criticar a gestão anterior, Lula afirmou que todas as ações desenvolvidas pelo governo federal até aqui “não bastam” porque o Brasil estava “totalmente abandonado”.

— Isso tudo que nós fizemos é apenas o início, mas isso não basta. Vamos ter que fazer muito mais, porque o Brasil estava totalmente abandonado. O governo anterior, como vocês sabem, nunca se preocupou em governar esse país. Ele nunca se preocopou com a economia, ele nunca se preocupou com políticas de inclusão social. Ele se preocupava em estimular o ódio entre as pessoas, a mentira, e continua fazendo do mesmo jeito.

A reunião ainda teve direito a um pedido de “mais entusiasmo” feito ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

— O presidente está pedindo que eu fale com mais entusiasmo aqui — falou Rui Costa durante sua apresentação, se corrigindo em outro momento: — Foi o Alckmin que pediu para falar com mais entusiasmo aqui. Mas os números falam por si só aqui. Os números são muito expressivos

Já o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou antes da reunião em entrevista a GloboNews, que o encontro seria para ter uma “visão geral” das ações que estão sendo desenvolvidas pelo governo.

— Foco do presidente Lula ano passado foi semear, e esse ano é para colher. Presidente Lula vai fazer uma avaliação do que foi anunciado e do que está sendo entregue para a população, vai ver quanto os ministros estão viajando para acompanhar as ações. Presidente Lula quer muito junto com os ministros ter um diagnóstico mais concreto do que foi anunciado — afirmou Padilha

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