A cada proposta econômica, um versículo bíblico. É assim a propaganda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência, distribuída em encontro com pastores e fiéis evangélicos, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, nesta sexta-feira (9), de acordo com o Estadão. Uma das peças de campanha é um panfleto em que o petista defende questões econômicas – como controle da inflação de alimentos, a criação de empregos e o fim de “marcos regressivos da atual legislação trabalhista” – em meio a citações religiosas.
“Sei que não há coisa melhor para eles do que se regozijarem e fazerem o bem enquanto viverem; e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho é dom de Deus.(Eclesiastes 3:12,13)”, diz o texto.
Em panfleto para evangélicos, campanha de Lula defende medidas econômicas, como controle da inflação, ampliação da proteção previdenciária e criação de empregos.
Um versículo bíblico é citado a cada tópico.
"Oremos pelo nosso Brasil e por Lula e Alckmin", encerram. pic.twitter.com/G3kX0E0XbJ
— Rayanderson Guerra (@rayandersong) September 9, 2022
Em seguida, o panfleto apresenta as propostas do candidato:
“Lula e Alckmin promoverão um amplo debate com a sociedade para o desenvolvimento de uma nova legislação trabalhista de extensa proteção social a todas as formas de trabalho. Com atenção especial aos autônomos, aos trabalhadores e trabalhadoras por conta própria e de aplicativos, aos trabalhadores e trabalhadoras domésticas. Também promoverão a inclusão do teletrabalho e dos trabalhadores de home office, revogando os marcos regressivos da atual legislação trabalhista”, diz o panfleto.
Ao defender o aumento da proteção previdenciária, o panfleto cita outro versículo: “Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.”(Tiago 5:4).
Em seguida, o candidato se dirige aos eleitores:
“É fundamental que todos os trabalhadores e trabalhadores tenham direito a uma previdência social justa. Para isso, Lula e Alckmin buscarão um modelo de aposentadoria que concilie o aumento da cobertura com o financiamento sustentável. A proteção previdenciária voltará a incluir milhares de trabalhadores e trabalhadoras hoje excluídos, combatendo as medidas regressivas e o desmonte promovido pelo atual governo”, diz a propaganda.
PT tenta atrair evangélicos
A estratégia de focar medidas econômicas para o público evangélico foi elaborada pelo Núcleo de Evangélicos do PT (NEPT), coordenado pela deputada Benedita da Silva (RJ). O objetivo é aproximar os religiosos de temas que afetam o dia a dia de todos, como desemprego e inflação. Nesse público, o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, leva ampla vantagem sobre Lula. Pesquisas apontam que o mandatário tem em torno de metade desses votos, enquanto o petista fica com cerca de um quarto.
Para atrair parte de um segmento do eleitorado fiel ao presidente Jair Bolsonaro, a campanha de Lula intensificou as ações e encontros com pastores e lideranças evangélicas. O primeiro grande ato voltado aos religiosos ocorre na manhã desta sexta-feira, 9, em São Gonçalo. A expectativa é que o encontro tenha ao menos 5 mil pastores e que estes promovam um louvor com orações por Lula e pelo Brasil.
Bolsonarista que concorreu a vereador é atingido
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Rodrigo Duarte, que foi candidato a vereador na eleição municipal passada, foi atingido na cabeça por um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao discutir com militantes petistas na porta do comício com evangélicos em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
A confusão começou após Duarte parar o seu carro na porta do comício e provocar os militantes petistas com gritos contra Lula e a favor de Bolsonaro. No veículo, havia adesivos do presidente e do candidato a deputado Carlos Jordy. Com o princípio de confusão, o homem foi orientado por policiais federais que faziam a segurança do evento a deixar o local.
“Estou protestando aqui. Eu tenho o direito de protestar. Eu estava passando numa boa e bateram no meu carro”, disse Duarte em um vídeo publicado nas redes sociais antes de ser orientado por policiais federais que faziam a segurança do local.