Vereadora reforça que a Câmara, os conselhos, as entidades carnavalescas e a população têm que ser ouvidos
Em sessão da Câmara Municipal de Salvador, na quarta-feira (19), a líder do PT na Casa, vereadora Marta Rodrigues, disse que a definição da data do Carnaval 2021 não pode ser uma decisão monocrática, partindo da Prefeitura, apenas ouvindo patrocinadores. Segundo ela, deve ser uma decisão tomada com ampla participação popular, ouvindo a Câmara Municipal e todos os entes envolvidos sobre o melhor momento.
“Nós temos na Câmara a Comissão do Carnaval, há o Conselho Municipal do Carnaval, diversas entidades como os blocos afros, os afoxés, os blocos de samba, além dos sindicatos, associações de ambulantes e trabalhadores da festa, como garis, catadores e recicladores. A definição dessa data precisa ser discutida com todos os entes envolvidos, em audiência pública. A participação é fundamental para definir uma data de caráter eminentemente popular”, disse.
A vereadora cita que a folia momesca, além de movimentar milhões de reais para a economia, é o meio de sustento para diversos trabalhadores não só no mês da festa, como angariar verba para o restante do ano. Conforme dados da Prefeitura de Salvador, são 4,5 mil ambulantes cadastrados. No entanto, pesquisas mostram que o total, somando os não credenciados, chega a 40 mil.
“São mães, pais de família, motoristas de aplicativos, taxistas, diversos trabalhadores informais e empreendedores que precisam estar nessa discussão junto com quem faz a festa, que são as entidades carnavalescas e a sociedade civil”, declarou.
Participação popular
Para a vereadora, a participação popular vai trazer o olhar sob a festa em meio a uma pandemia, analisando questões sanitárias e sociais e deve se estender para todas as outras festas populares da cidade.
“Ao mesmo tempo que movimenta a economia, escancara uma grande desigualdade social. São diversas famílias que vêm do interior trabalhar, dormem na rua, ao lado de isopores, com crianças e adolescentes à mercê das explorações, então é preciso ouvir todos os lados, inclusive os conselhos tutelares”, diz ela.
Marta Rodrigues lembra que existe um projeto de lei de sua autoria que tramita na Câmara, obrigando a destinação de espaços de acolhimento de crianças e adolescentes pelas empresas que têm exclusividade para a venda de bebidas no Carnaval de Salvador.