Escolhido pelo presidente Lula da Silva (PT) para o lugar de Flávio Dino no Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski assume o cargo hoje com acenos ao PT e à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e reduzindo o espaço do PSB, partido do antigo ocupante do posto. O novo titular da pasta terá entre seus principais auxiliares segundo reportagem de Mariana Muniz e Jeniffer Gularte, do O Globo, nomes vinculados à sigla do presidente e três mulheres — neste caso, uma demanda vocalizada por Janja assim que a troca na Justiça foi tornada pública.
Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e com uma relação de décadas com Lula, Lewandowski escolheu Jean Uema para comandar a Secretaria Nacional de Justiça no lugar de Augusto Arruda Botelho (PSB). O novo secretário era chefe da assessoria especial do Ministério de Relações Institucionais, comandado pelo petista Alexandre Padilha. Uema também é próximo ao ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT).
Indicações a tribunais
Uema já atuou como coordenador jurídico da liderança do PT no Senado e na liderança da legenda na Câmara dos Deputados, além de ter sido chefe de gabinete no período em que Wagner foi ministro da Casa Civil. O novo secretário integra o Grupo Prerrogativas, que tem laços com o partido.
A mudança também representa mais uma perda para o PSB, que já ficará sem a secretaria-executiva, com a troca de Ricardo Cappelli por Manoel Carlos Almeida Neto; e sem a Secretaria de Segurança Pública, vaga que era de Tadeu Alencar, ex-deputado do partido, e passará a ser de Mário Sarrubbo, ex-procurador-geral do Ministério Público de São Paulo.